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Facções de outros Estados apadrinham tráfico em MG e desafiam segurança pública


O fortalecimento do “apadrinhamento” de organizações criminosas mineiras por facções de outros Estados está desafiando as Forças de Segurança Pública de Minas Gerais. A colaboração entre traficantes estabelecidos em cidades mineiras e indivíduos de outras localidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, tornou-se mais evidente durante a pandemia, resultando na transferência de conhecimento entre criminosos e na introdução de armamento pesado em Minas.

Para enfrentar essa situação, têm sido realizadas operações policiais e prisões de várias lideranças do crime. Uma operação recente, na manhã desta terça-feira (23 de abril) em Juiz de Fora, resultou na prisão de nove indivíduos associados ao Comando Vermelho (CV), suspeitos de tortura e formação criminosa. Nos últimos oito dias, foram conduzidas quatro operações contra grupos vinculados ao CV e ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas Gerais.

Embora o fenômeno tenha se intensificado recentemente, o “apadrinhamento” entre facções consolidadas e grupos menores não é novo nem limitado ao Estado, conforme explicou o delegado Márcio Rocha Vianna Dias, coordenador da força-tarefa de combate ao crime organizado em Juiz de Fora e Zona da Mata. Ele destacou que essa prática iniciou-se com a divisão entre o PCC e o CV, com ambas as organizações aliando-se a grupos menores para ampliar sua influência, não apenas em Minas, mas em todo o país.

O avanço desse movimento tem mobilizado a Polícia Militar de Minas Gerais, como destacou a major Layla Brunnela, porta-voz da PMMG. Ela ressaltou a importância do monitoramento constante e da troca de informações entre as instituições de segurança estaduais e de outros Estados. Um levantamento do Ministério da Justiça revelou que pelo menos 13 facções atuam em presídios de Minas Gerais, incluindo o CV, o PCC e outros grupos criminosos.

O delegado Márcio Rocha Vianna Dias observou que o desafio para a segurança pública tornou-se mais complexo após a pandemia, devido ao “intercâmbio de traficantes”. Líderes do crime em Minas adquiriram conhecimentos adicionais por meio da interação com criminosos de outras regiões, principalmente do Rio de Janeiro.

A major Layla Brunnela afirmou que os criminosos envolvidos nesse “intercâmbio” são monitorados de perto pelas Forças de Segurança. Ela destacou o papel da inteligência na antecipação das ações criminosas e na condução de operações para conter sua expansão.

Apesar dos desafios, a major assegurou que as facções enfrentam dificuldades para se estabelecer em Minas Gerais. Ela enfatizou o trabalho preventivo e a prontidão das forças policiais para enfrentar qualquer tentativa de crescimento do crime organizado no estado.

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