Tráfico de pessoa: médica indiciada por rapto de bebê tentava adoção ilegal com famílias vulneráveis

Uma recém-nascida foi sequestrada no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), e a responsável pelo crime foi a médica neurologista Claudia Soares Alves, de 42 anos. Este não foi o primeiro ato ilícito de Claudia em busca de um bebê; de acordo com a investigação da Polícia Civil de Goiás, ela vinha tentando adoções ilegais há meses, aliciando famílias vulneráveis.

A Polícia Civil revelou que Claudia mentiu para sua família sobre estar grávida enquanto buscava pais em situação de vulnerabilidade para convencer a entregar seus filhos a ela. Durante o sequestro, foram encontradas no carro da médica roupinhas de bebê e bolsas cor-de-rosa, indicando um crime premeditado. Claudia foi indiciada por falsidade ideológica e tráfico de pessoas, crimes que podem resultar em mais de 10 anos de prisão. Ela está presa preventivamente desde 25 de julho.

Apesar dos laudos médicos psiquiátricos apresentados pela defesa, Claudia conseguiu entrar no Cadastro Nacional de Adoção. A defesa afirmou que solicitará um exame para verificar a sanidade mental da médica, alegando que ela sofre de transtorno afetivo bipolar e não tinha plena capacidade de discernimento durante o crime.

No dia do sequestro, Claudia utilizou uma identidade falsa para acessar o hospital, onde se apresentou como médica e levou a recém-nascida dos pais, alegando que a levaria para se alimentar. Uma funcionária do hospital desconfiou de sua atitude e acionou a segurança, mas a mulher conseguiu sair do local antes que o desaparecimento da bebê fosse notado.

Após ser identificada, a Polícia Militar iniciou buscas que se estenderam até a manhã seguinte, quando Claudia foi localizada na cidade de Itumbiara, Goiás. A criança foi encontrada na casa da médica e devolvida ao hospital. Claudia, que é uma neurologista com experiência e atuação na Universidade Estadual de Goiás (UEG), foi presa em flagrante.