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Suspeito de torturar mulher virtualmente é preso pela polícia de Minas em São Paulo
Uma mulher de 23 anos procurou a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) para denunciar uma série de crimes cometidos por um homem de 19 anos, incluindo a divulgação de vídeos íntimos, exigência de automutilação e ameaças de expor dados pessoais. O suspeito foi preso na última quinta-feira (1), em São José dos Campos, São Paulo.
O delegado Arthur Martins, do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e Fraudes (Deccof), que lidera as investigações, informou que os crimes ocorreram no ambiente virtual entre março e julho do ano passado, durante o período em que a vítima e o suspeito mantiveram um relacionamento amoroso.
“O suspeito começou a exigir que a vítima fizesse vídeos se automutilando, ameaçando divulgar vídeos íntimos e dados pessoais dela que ele tinha obtido durante o relacionamento. Com medo de represálias, ela acabou cedendo às exigências”, explicou o delegado.
Além dessas exigências, o suspeito teria praticado tortura psicológica e utilizado linguagem racista e misógina contra a vítima. “Ele a insultava com termos como ‘macaca’ e ‘parda imunda'”, acrescentou Martins.
O homem foi detido na casa onde vivia com a avó e o companheiro dela. Relatos indicam que ele foi abandonado pela mãe aos três anos de idade e não tinha contato com o pai, que estaria em situação de rua devido à dependência química. O suspeito teria usado essa história de vida como justificativa para seus atos.
Agressões e Exposição
Os ataques pioraram quando a vítima descobriu que o suspeito estava em um relacionamento com outra mulher e tentou alertá-la sobre o comportamento dele. Ao saber disso, o homem ficou enfurecido e exigiu que a vítima desmentisse suas afirmações para a outra mulher. Quando ela se recusou, ele divulgou os vídeos íntimos para amigos e familiares dela.
Em um último ato de violência, o suspeito pediu que a vítima gravasse um novo vídeo se agredindo como forma de “pedido de desculpas” para que ele retirasse os vídeos anteriores da internet.
Investigação e Prisão
Durante a investigação, a polícia descobriu que o suspeito já tinha antecedentes criminais, incluindo tortura, morte e decapitação de um gato, atos que ele gravou e publicou online. As investigações também revelaram que ele tinha planos de cometer ataques a escolas, alegando que havia sofrido bullying na infância.
A vítima, que nunca encontrou o suspeito pessoalmente, passou por exame de corpo de delito e apresentou várias lesões, incluindo uma na região abdominal, onde foi forçada a gravar o nome dele com uma lâmina. Ela também foi obrigada a introduzir uma faca na região genital.
O suspeito foi preso preventivamente e pode responder por tortura, induzimento à automutilação, captura e divulgação de imagens sem permissão, além de racismo e injúria racial.
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