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STF deu decisões ‘lamentáveis e infelizes’, diz Sergio Moro
O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro criticou, neste sábado (9), decisões dadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Lava Jato e outras investigações de corrupção.
Em uma sabatina na Brazil Conference, em Boston (EUA), ele foi questionado sobre as derrotas sofridas pela operação na Corte, ao longo dos últimos anos, que anularam algumas das decisões proferidas por ele.
“O STF deu grande apoio à Lava Jato, mas infelizmente nos últimos anos tem proferido decisões que são lamentáveis, infelizes. Quando o STF pegou os casos de corrupção e começou a mandar para Justiça Eleitoral, a gente sabia que não ia dar em nada. A Justiça Eleitoral não está preparada para julgar casos de corrupção“, disse.
Em 2019, o Supremo decidiu que a Justiça Eleitoral pode conduzir investigações de corrupção quando envolvem simultaneamente caixa 2 e crimes como lavagem de dinheiro, o que tirou casos das mãos da Lava Jato.
No ano passado, na maior derrota pessoal para Sergio Moro no Judiciário, o STF declarou a suspeição do ex-juiz nos casos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anulando as condenações do petista.
Também neste sábado, Moro classificou a decisão contrária do STF à prisão após condenação em segunda instância como “um grande erro” que beneficiou criminosos do “colarinho branco”.
Participação no governo Bolsonaro
Ministro da Justiça de 2019 a abril de 2020, no governo Bolsonaro, Sergio Moro negou que tenha sido um “cúmplice” do atual presidente da República.
“Se eu fosse realmente um cúmplice dessas coisas erradas do governo Bolsonaro, estaria lá até hoje como ministro da Justiça. Poderia ter virado ainda, se fosse cúmplice maior, um ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas eu não me vendo por cargo”, disse.
O ex-ministro afirma ter largado a magistratura para assumir um cargo no governo porque tinha “um projeto de combate à corrupção”.
“Não podemos avaliar hoje aquela decisão de 2018 com o olhar que a gente tem hoje. Em 2018, havia muita expectativa de que ele delegaria o governo dele para os superministros”, argumentou.
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