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Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, assassinos confessos de Marielle, são condenados 

Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, que confessaram o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foram condenados nesta quinta-feira (31) pelo Tribunal do Júri no Rio de Janeiro. Lessa recebeu uma pena de 78 anos e 9 meses, enquanto Queiroz foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão. Ambos deverão pagar uma indenização de R$ 706 mil para cada vítima e não poderão recorrer em liberdade.

O julgamento ocorreu no 4º Tribunal do Júri do Rio e começou na manhã de quarta-feira (30), sendo concluído por volta das 18h de quinta-feira. A sentença será aplicada em caso de descumprimento dos acordos de colaboração premiada firmados pelos réus, que podem ser anulados em caso de omissão, mentira ou novos crimes.

O acordo de Lessa prevê que ele cumpra pena em regime fechado até 2037, seguido de dois anos em regime semiaberto e mais dez anos em liberdade condicional. O acordo de Queiroz não foi divulgado. Segundo o promotor Eduardo Martins, o tribunal impôs penas severas para garantir punição em caso de descumprimento da delação.

Detalhes do Crime e das Investigações

Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, no bairro Estácio, Rio de Janeiro, após uma reunião com mulheres negras na Lapa. O carro em que estavam foi alvo de tiros, mas os criminosos fugiram sem levar nada. O caso gerou grande repercussão nacional e internacional, com manifestações e pedidos por justiça.

Desde o início, o caso foi investigado pela Polícia Civil do Rio. Em 2023, no governo Lula, a Polícia Federal foi envolvida para colaborar com as investigações, e ambos os réus aceitaram um acordo de delação premiada. Lessa revelou que o assassinato havia sido encomendado pelos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, prometendo até US$ 20 milhões como recompensa. O delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Divisão de Homicídios do Rio, também é apontado como participante do crime e foi preso em março.

O plano, segundo a Polícia Federal, incluía a condição de que o crime ocorresse fora das dependências da Câmara Municipal, para evitar suspeitas de crime político. A mãe de Marielle, Marinete da Silva, e sua viúva, Mônica Benício, destacaram a dor causada pela perda e a luta pela justiça. Fernanda Chaves, assessora e sobrevivente do atentado, e Ágatha Arnaus, viúva de Anderson, também prestaram depoimento, lembrando o impacto do ocorrido em suas vidas.

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