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Relatório final da PF revela provas da participação de Bolsonaro na tentativa de golpe 

A Polícia Federal (PF) apresentou um relatório que aponta provas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro planejou, atuou e teve controle direto sobre um plano criminoso para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na presidência. O documento foi divulgado nesta terça-feira (26) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e resultou no indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Principais pontos do relatório:

  1. Planejamento e liderança de Bolsonaro
    Segundo a PF, Bolsonaro foi o principal articulador de um grupo que disseminou a falsa narrativa de fraudes no sistema eleitoral brasileiro desde 2019. O objetivo era preparar o terreno para questionar o resultado eleitoral e justificar ações golpistas após sua derrota nas eleições de 2022.
  2. Reuniões estratégicas
    • Em julho de 2022, Bolsonaro se reuniu com membros do governo, incluindo ministros da Justiça, Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para discutir estratégias de disseminação de informações falsas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
    • Em dezembro de 2022, convocou os comandantes das Forças Armadas para apresentar uma minuta de decreto que possibilitaria um golpe de Estado. Houve resistência de parte dos militares.
  3. Minuta do golpe
    Um documento elaborado no Palácio do Planalto, conhecido como “minuta do golpe”, previa a decretação de um Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), bloqueando a posse de Lula e criando uma comissão para “auditar” as eleições. Bolsonaro teria conhecimento do texto e poderia utilizá-lo para legitimar a ruptura institucional.
  4. Tentativas de pressão sobre o Exército
    A PF relatou ações de Bolsonaro e aliados para influenciar o alto comando do Exército, incluindo a elaboração de uma carta que buscava apoio militar às alegações de fraude eleitoral.
  5. Planos de violência
    As investigações apontam que Bolsonaro estava ciente da operação “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía o uso de explosivos e veneno para atacar Lula, Geraldo Alckmin (vice-presidente) e o ministro Alexandre de Moraes. Outro plano, chamado “Copa 2022”, visava capturar Moraes.
  6. Ações em dezembro de 2022
    • Bolsonaro reuniu-se com o general Estevam Theóphilo, que aceitou liderar tropas caso o ex-presidente assinasse o decreto golpista.
    • O ex-presidente fez um pronunciamento público no Palácio da Alvorada, incentivando apoiadores e reforçando a narrativa golpista para manter a mobilização.
  7. Representação ao TSE
    O partido de Bolsonaro, o PL, apresentou à Justiça Eleitoral uma contestação ao resultado de mais de 200 mil urnas com dados inconsistentes, sob orientação direta de Bolsonaro e do presidente do partido, Valdemar Costa Neto.

Conclusão da PF

De acordo com o relatório, Bolsonaro tinha pleno domínio sobre as ações executadas por seus aliados e foi o líder direto do grupo criminoso. As iniciativas falharam devido a fatores alheios à vontade dos envolvidos. A PF indicou que as provas são robustas e sustentam as acusações contra o ex-presidente e seus colaboradores.

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