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Presidente do IBGE alerta para a vulgarização de dados em ambientes digitais

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, destacou a importância do fortalecimento do instituto e alertou sobre a “vulgarização” dos dados em ambientes digitais, durante a cerimônia de reabertura da Casa Brasil IBGE nesta quarta-feira (21) no Palácio da Fazenda, no centro do Rio de Janeiro.

Pochmann enfatizou que o IBGE, como principal provedor de dados e informações do país, desempenha um papel crucial na produção de estatísticas que orientam políticas públicas. O instituto é responsável por cerca de 60% dos dados nacionais, incluindo pesquisas essenciais como o Censo Demográfico e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil.

Durante seu discurso, Pochmann destacou a importância dos cadastros e registros administrativos para a organização e monitoramento de políticas públicas. Ele também expressou preocupação com a descredibilização dos dados do IBGE, que muitas vezes ocorre nas redes sociais. “Há um processo de vulgarização dessas estatísticas, que são algo profundamente sério e não podem ser banalizadas”, afirmou.

Ele exemplificou a questão com a forma como a inflação é calculada. Segundo Pochmann, a inflação é uma média das variações de preços de diversos produtos em um determinado período, o que pode resultar em percepções equivocadas quando comparado com a experiência individual dos consumidores.

Pochmann atribuiu essa “vulgarização de dados” à falta de produção e exportação de bens e serviços digitais no Brasil e à ausência de letramento digital, o que dificulta a identificação de notícias falsas. Ele também destacou o crescente domínio externo sobre as informações usadas no Brasil.

O presidente do IBGE propôs que o instituto aproveite a era digital para avançar na coleta e utilização de novos dados, mas ressaltou que isso exige a valorização do IBGE e a revisão das condições de trabalho dos funcionários. Ele mencionou a necessidade de um novo plano de trabalho que inclua dados digitais e atividades vinculadas a empreendimentos e concessões do Estado.

Pochmann também defendeu a construção de um novo estatuto para o IBGE, que repense sua estrutura organizacional e condições de trabalho. “Isso é importante para reafirmar o IBGE e permitir que continue cumprindo sua missão estratégica de retratar a realidade nacional e avançar na cooperação internacional”, argumentou.

A cerimônia marcou a reabertura da Casa Brasil IBGE, um espaço que combina memória e tecnologia, oferecendo aos visitantes uma visão da história quase centenária do instituto e suas perspectivas futuras. O espaço foi inaugurado oficialmente em maio deste ano.

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