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Polícia Federal aponta ex-promotor como um dos líderes de esquema que desviou recursos de prefeituras

Um ex-promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais é apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos principais beneficiários de um esquema criminoso que teria desviado ao menos R$ 27,5 milhões de três prefeituras mineiras durante a pandemia de Covid-19. Citado 270 vezes no relatório final da Operação Entre Amigos II, Gilmar de Assis, ex-coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (CAO-Saúde), é acusado de atuar como lobista e de lucrar cerca de R$ 5,5 milhões com as fraudes.

Esquema e denúncias

De acordo com as investigações, Gilmar teria usado sua influência política para facilitar a contratação de uma organização social de fachada, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), por prefeituras de Betim, Divinópolis e Ribeirão das Neves. O instituto, criado de forma fraudulenta em 2017, direcionava e superfaturava contratos de prestação de serviços em saúde, causando prejuízo milionário aos cofres públicos.

O delegado responsável pelo caso, Felipe Baeta, afirmou que “não restam dúvidas” da participação do ex-promotor no esquema, que resultou no indiciamento de Gilmar pelos crimes de organização criminosa, peculato (desvio de recursos públicos) e obstrução de investigações envolvendo organizações criminosas.

Papel de lobista

Conforme o relatório da PF, Gilmar atuava como lobista do grupo criminoso, utilizando seu poder de influência para direcionar contratos para o IBDS. Ele teria indicado prefeituras como alvos da organização e até participado pessoalmente de negociações com gestores municipais.

Embora as investigações tenham identificado a participação de servidores públicos, a PF apontou que as administrações diretas das prefeituras não tinham conhecimento do esquema e foram vítimas do grupo.

Provas e valores desviados

Mensagens trocadas e provas documentais reunidas pela PF mostram que Gilmar recebia pagamentos ilícitos por meio de uma empresa de fachada vinculada ao IBDS. Entre 2020 e 2021, ele teria recebido cerca de R$ 5,5 milhões em transferências bancárias realizadas pela entidade. Segundo o delegado Baeta, o ex-promotor foi “um dos que mais lucrou com o esquema”.

Respostas

A reportagem tentou contato com Gilmar de Assis e representantes do IBDS, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. As investigações continuam para apurar o envolvimento de outros integrantes do esquema e o destino dos recursos desviados.

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