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PM acusado de matar estudante de medicina em hotel tem prisão solicitada pela Polícia Civil

Na última sexta-feira, 3 de janeiro, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do soldado da Polícia Militar Guilherme Augusto Macedo, acusado de disparar contra Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina de 22 anos, resultando em sua morte. O incidente ocorreu na madrugada de 20 de novembro, em frente a um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. A defesa do PM não foi localizada para comentar o caso.

De acordo com imagens de câmeras de segurança, Marco Aurélio teria dado um tapa no retrovisor de uma viatura da PM parada em um semáforo próximo ao hotel. Dois policiais desceram do veículo e tentaram abordar o jovem na recepção do hotel onde ele estava hospedado. Durante a abordagem, o estudante resistiu e foi atingido por um disparo na barriga, enquanto estava no chão.

A mãe do jovem, a médica Silvia Mônica Cardenas Prado, questionou a ação policial: “A vida de um ser humano vale um retrovisor de um policial? A Polícia Militar de São Paulo está matando por um retrovisor?” Marco Aurélio, filho caçula de Silvia, foi enterrado dois dias após o ocorrido, sob grande comoção.

O delegado Gabriel Tadeu Brienza Vieira, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concluiu que o uso da arma de fogo pelo soldado foi ilegítimo, conforme a Lei nº 13.060/14, que regulamenta o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo. O delegado apontou que Marco Aurélio estava desarmado e não representava risco de morte ou lesão aos policiais ou terceiros.

Durante a abordagem, outro policial envolvido na ocorrência tentou chutar Marco Aurélio, mas teve o pé segurado pelo jovem e caiu na entrada do hotel. Em seguida, Guilherme Augusto Macedo disparou contra o estudante. O delegado afirmou que a situação não justificava o uso de arma de fogo, pois não houve qualquer movimento corporal da vítima que sugerisse uma tentativa de desarmar os agentes.

No relatório, Vieira concluiu que o soldado “assumiu o risco do resultado morte ao usar ilegítima arma de fogo para repelir uma suposta ameaça ao seu parceiro de viatura”. O pedido de prisão preventiva foi feito devido à gravidade da conduta praticada. Agora, cabe ao Judiciário decidir sobre a decretação da prisão.

Em nota enviada pelo advogado, a família do estudante se manifestou: “A família do jovem estudante de Medicina executado pelo policial militar em 20 de novembro aguardava ansiosamente esse pedido de prisão preventiva, que poderia ter sido dado voz de prisão em flagrante pela autoridade policial de plantão. Justiça sendo feita.”

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