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Pais de criança acidentada negam abandono e questionam boletim de ocorrência
Um homem acusado pela Polícia Militar de Minas Gerais de abandonar sua filha de 5 anos com frio e fraturas expostas em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, nega as acusações. Pablo Saliba Alves Ferreira, de 32 anos, que trabalha como motoboy, afirma que as informações contidas no boletim de ocorrência são falsas. Segundo a polícia, o documento foi confeccionado com base em informações preliminares colhidas no local e que serão investigadas posteriormente.
Pablo relata que pegou a filha para passar o Dia dos Pais e a levou para um churrasco familiar. Na manhã seguinte, por volta das 5h30, decidiu voltar para casa, pois a menina não gosta de dormir em lugares desconhecidos. Ele afirma que, enquanto trafegava pela Avenida Francisco Firmo de Matos, um carro de cor prata teria fechado a moto em que estavam, causando a queda. Ele conta que recolocou a filha na moto e tentou buscar ajuda.
“Eu estava indo direto para o hospital ou para a casa da minha mãe, mas no caminho um carro parou, e eu pedi ajuda, porque ela estava gritando de dor. Coloquei ela no carro, que nos seguiu até a casa da minha mãe. Lá, expliquei a situação, chamaram o Samu, e ela foi levada para o hospital”, relata. Pablo afirma que, imediatamente após o ocorrido, entrou em contato com a mãe da criança para informá-la.
Ele se diz surpreso com a informação registrada no boletim de ocorrência de que teria abandonado a filha na rua. Segundo ele, soube dessa versão apenas na manhã desta segunda-feira (12). Pablo nega estar alcoolizado e afirma que estava voltando de uma festa familiar quando foi derrubado por um carro que fugiu sem prestar socorro. Ele expressa indignação com a situação e cogita levar o caso à Corregedoria da Polícia Militar de Minas Gerais.
“Esse boletim de ocorrência não vai ficar assim. Eles colocaram várias mentiras, o que não condiz com o papel da Polícia Militar. Eles terão que provar que omiti socorro e estava alcoolizado, senão tomaremos providências. É muita covardia dizer que eu faria isso com a minha filha no Dia dos Pais”, afirma.
Pablo conta que ficou em choque após o acidente e, depois de prestar socorro à filha, foi para a casa de um amigo. Ele também nega que a menina tenha sofrido fraturas expostas, afirmando que ela precisou de pontos no pé por outros ferimentos. A filha, segundo ele, está perguntando pelo pai.
O motoboy afirma que não tem nada a temer e que aguarda ser notificado pelas autoridades para dar sua versão dos fatos. “Não me apresentei à delegacia porque não fui notificado. Só soube das informações pela televisão. Por que tenho que me apresentar à polícia? Minha advogada disse que não há nenhum mandado de prisão. Estou sendo procurado por qual crime? Que crime cometi?”, questiona.
A mãe da criança, Sabrina Batista, de 38 anos, apoia a versão de Pablo. Em entrevista, ela negou que seu ex-companheiro, com quem está separada há dois anos, tenha abandonado a filha. Sabrina afirma ter perguntado diretamente à menina sobre o ocorrido, e ela disse que estavam tomando refrigerante juntos antes do acidente.
“A minha filha ama o pai, e sei que ele jamais faria algo assim. Não tenho nada a reclamar dele como pai”, diz Sabrina. Ela também contesta as informações do boletim de ocorrência, afirmando que há muitos detalhes mal contados no caso.
A Polícia Militar de Minas Gerais esclareceu que o Boletim de Ocorrência é baseado em informações preliminares colhidas no local, que são depois encaminhadas à Polícia Judiciária para investigação. A Polícia Civil de Minas Gerais informou que já está investigando as circunstâncias do acidente e buscando ouvir os envolvidos.
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