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Outubro Rosa promove conscientização sobre a prevenção ao câncer de mama
Reconhecida mundialmente por enfatizar a importância do autocuidado entre as mulheres, a campanha Outubro Rosa leva em consideração, principalmente, a necessidade do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama é o tipo que mais acomete a população feminina, tanto no Brasil quanto no mundo. Somente em Minas Gerais, mais de 8 mil mulheres apresentam a doença por ano, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
“Quando as células da mama crescem de maneira desordenada, se forma o câncer de mama, ou seja, uma doença maligna. O crescimento local da massa de tecido anormal pode vir a acometer toda a mama e axila. E a disseminação pelo corpo forma as metástases (novas concentrações de células cancerígenas além do foco principal do tumor). A doença, além de impactar na qualidade de vida, é capaz de levar ao óbito”, explica Nayara Carvalho de Sá, médica mastologista do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), unidade do Complexo de Especialidades da Fundação Hospitalar Estadual de Minas Gerais (Fhemig), referência no tratamento oncológico pelo SUS.
Com um maior risco de incidência em mulheres a partir de 50 anos de idade (homens representam apenas 1% dos casos), o câncer de mama se manifesta de variadas formas, mas os principais sintomas são:
·Algum nódulo ou “caroço” palpável na mama, geralmente fixo, indolor e endurecido (o sintoma mais comum)
·Gânglios palpáveis no pescoço e abaixo dos braços, na região das axilas
·Alterações no mamilo, como fissuras e descamação
·Assimetria mamária de início recente
·Saída persistente de secreção pelo mamilo
·Pele da mama com um aspecto áspero, grosso e avermelhado (semelhante a uma casca de laranja)
Ainda aos 32 anos, em outubro de 2020, a auxiliar administrativa Priscilla Kellen Santos Pinto descobriu o câncer quando percebeu um nódulo ao apalpar a mama. “Fiz uma biópsia e a princípio, não era maligno, mas teria que fazer cirurgia mesmo assim. Como estava com minha mãe internada e eu estava cuidando dela, optei por esperar ela melhorar pra fazer a cirurgia. Só que, em 35 dias, passei por um estresse muito grande vendo minha mãe sofrer em um hospital, e ela veio a falecer”. Com o crescimento do nódulo nesse período, Priscilla voltou a procurar o HAC para realizar a cirurgia no começo de 2021. Após a retirada da mama, a reconstrução, seis meses de quimioterapia e 15 sessões de radioterapia, Priscilla conta que a descoberta prematura e o apoio positivo contribuíram significativamente na luta contra a doença.
Atraso no diagnóstico diminui chances de cura
Essencial para mapear a doença, a mamografia é determinante para que as mulheres tenham conhecimento do câncer e possam iniciar o tratamento o quanto antes, para terem mais chances de cura. A recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia é que toda mulher, a partir dos 40 anos, faça o procedimento a cada ano. Somente em casos excepcionais, como histórico familiar de incidência, a mamografia deve ser realizada mais cedo.
Entretanto, ao decorrer da pandemia, um grande número de pessoas deixou de realizar regularmente os exames de rastreamento. Diversos dados do Ministério da Saúde apontaram para uma significativa queda desses exames, alertando, consequentemente, para um crescimento da mortalidade por câncer. “Em 2021, o que vimos foram várias pacientes com diagnósticos muito atrasados e um aumento considerável de casos de câncer sendo feito em mulheres que já estavam apresentando nódulo palpável na mama. Como mastologistas, o nosso objetivo é justamente fazer o diagnóstico do câncer quando ele ainda não dá sinais”, sinaliza Nayara.
Fatores de risco
Segundo Nayara, diversos fatores de risco também estão associados com a alta incidência do câncer de mama, como “o crescimento da obesidade entre as mulheres, o sedentarismo, a ingestão excessiva de bebida alcoólica e o aumento da expectativa de vida”. Para a mastologista, em conjunto com a mamografia em dia, medidas de autocuidado como a gestação, a amamentação e a manutenção de hábitos saudáveis reforçam a necessidade de preservação da saúde feminina e são aliadas no combate ao câncer de mama.
Embora uma grande parte dos casos de câncer de mama seja curada com o tratamento inicial, a paciente que teve a doença sempre apresenta um maior risco de reincidência do câncer. Contando com uma equipe multidisciplinar formada por mastologistas, oncologistas e terapeutas, Priscilla continua retornando ao HAC para consultas de controle periódicas, que influenciam profundamente o processo de aceitação do câncer e a adequada recuperação pós-tratamento.
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