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Operação Ira Divina mira organização criminosa em BH

eflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta quarta-feira (28/2), a operação Ira Divina resultou na prisão de seis pessoas e no cumprimento de 33 mandados de busca e apreensão. A ação, realizada em Belo Horizonte, além de Ribeirão das Neves, Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), contou com a participação de 230 policiais civis.

Crime

Segundo levantamentos realizados pela equipe da 1ª Delegacia de Polícia Civil Barreiro, em 8 de janeiro deste ano, um suspeito de integrar a organização criminosa atuante no Aglomerado Cabana do Pai Tomás, região Oeste da capital, foi morto em conflito com a Polícia Militar. A partir daí, membros do grupo promoveram uma manifestação, no período da tarde do mesmo dia.

Durante o ato, os integrantes incendiaram dois ônibus na avenida Amazonas, com intuito de fechar os dois lados de uma das principais vias de Belo Horizonte. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Gabriel Teixeira da Silva, “as ações desses indivíduos configuram verdadeiros atos narcoterroristas”.

Investigações

No curso das investigações, foi apurado que a organização possui conexão com facção criminosa estabelecida no estado do Rio de Janeiro. Levantamentos apontam que o alinhamento entre eles vai além do plano econômico, adotando estratégias informacionais e bélicas.

“Há representações dessa facção criminosa nas paredes do Cabana, como realmente uma estruturação de poder. Eles procuram, por meio desses símbolos religiosos, fortalecer os integrantes, buscando o apelo para a guerra, para a luta, em que o inimigo é o Estado”, declara Gabriel Silva.

Segundo a delegada regional Gislaine de Oliveira Rios Xavier, a organização utiliza a estrela de Davi como símbolo, sendo possível visualizar essa marcação pelo aglomerado. “Hoje, bem menos. Com o trabalho policial, alguns estão passando tinta branca para mascarar, mas ainda encontramos bastante”, afirma.

O delegado Gabriel Silva explica que a conexão com o estado do Rio de Janeiro também se revela nas paredes. “O uso de símbolos religiosos demarca o fenômeno denominado ‘narcopentecostalismo’. É um fenômeno que associa determinada vertente cristã ao tráfico de drogas – deixando claro que as igrejas não têm nada a ver com isso. Eles deturpam o significado de um símbolo religioso e o adotam na prática criminosa”, acrescenta.

Operação

A operação Ira Divina teve como objetivo coibir atos praticados pela organização criminosa e reprimir o tráfico de entorpecentes no Aglomerado Cabana do Pai Tomás. “Com essa ação, conseguimos amparar aquela comunidade. Muitas vezes, o morador procura a delegacia para pedir ajuda, porque não aguenta mais a atuação dessa organização criminosa”, exclama Silva.

Dois investigados foram presos em cumprimento de mandado de prisão. Ambos são suspeitos de serem os mandantes do crime que resultou no incêndio dos ônibus. Quatro pessoas foram presas em flagrante: três por tráfico de drogas, e uma por dano qualificado ao patrimônio público.

Durante as buscas, foram apreendidos dois quilos de pasta base de cocaína; aproximadamente 60 pinos da mesma substância; mais de R$10 mil em espécie; notebooks; celulares; rádios HT; documentos e livros para contabilidade do tráfico; máquinas com CNPJ fictícios, que estima-se que sejam utilizadas para facilitar a mercância; além de veículos furtados.

“As investigações continuam para desestruturar a organização criminosa, prender todos os líderes e trazer paz para essa comunidade que tanto sofre com a atuação do tráfico de drogas“, conclui o delegado.

A operação contou também com a participação da chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegada-geral Letícia Gamboge; do superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, delegado-geral Júlio Wilke; do chefe de Gabinete, delegado-geral Frederico Abelha; do chefe do 1º Departamento de Polícia Civil, delegado Rômulo Guimarães Dias; do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco; e do coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais, de Execução Penal, do Tribunal do Júri e da Auditoria Militar (CAOCrim), promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda.

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