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MPMG aprova transferência de acusado de matar sargento Dias para hospital psiquiátrico

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu parecer favorável à transferência de Welbert de Souza, de 26 anos, acusado de matar o sargento Roger Dias da Cunha, para um hospital psiquiátrico. A defesa do acusado, liderada pelo advogado Bruno Torres, havia solicitado a transferência com base em um relatório que indicava sintomas psicóticos graves. Esse relatório foi elaborado pelo mesmo psiquiatra que analisou Adélio Bispo, responsável pelo atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O relatório psiquiátrico aponta que Welbert de Souza sofre de transtornos mentais e comportamentais graves, relacionados ao uso de múltiplas drogas e substâncias psicoativas, além de esquizofrenia paranoide. A avaliação foi realizada por videoconferência em 16 de julho de 2024, e revelou que, apesar do tratamento na prisão, o réu continua apresentando sintomas psicóticos ativos, indicando a gravidade de seu estado de saúde.

O promotor de justiça Francisco de Assis Santiago, responsável pelo caso, afirmou que as evidências e documentos apresentados pela defesa justificam a internação psiquiátrica do acusado.

Agora, cabe ao Judiciário decidir sobre a transferência. A defesa espera que a Justiça siga o parecer do MPMG e autorize a internação. O Judiciário já autorizou um exame de incidente de sanidade mental, que deve ocorrer no próximo mês.

Se a insanidade mental for reconhecida pela Justiça, Welbert de Souza poderá ser declarado inimputável, o que significa que ele não seria considerado totalmente responsável por seus atos. Nessa situação, a lei prevê que ele seja internado para tratamento psiquiátrico em vez de cumprir pena em regime comum.

O crime

O sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, foi baleado durante uma perseguição a dois suspeitos na noite de 5 de janeiro, no bairro Novo Aarão Reis, na região Norte de Belo Horizonte. Ele foi atingido por três disparos, incluindo um na cabeça, conforme mostrado em vídeos de câmeras de segurança.

Segundo a Polícia Militar, guarnições do 13º Batalhão perseguiam um carro na Avenida Risoleta Neves quando o motorista perdeu o controle e colidiu com um poste. Após o acidente, os suspeitos saíram do carro e tentaram fugir a pé. Um deles foi alcançado pelo sargento Roger, que, ao dar ordem de parada, foi surpreendido pelo criminoso que atirou à queima-roupa.

O suspeito estava foragido após uma saída temporária de Natal, o que gerou um debate nacional sobre o benefício. O sargento foi socorrido e levado ao Hospital João XXIII, mas teve a morte cerebral confirmada dois dias depois. Seus órgãos foram doados.

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