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Lula e Maduro devem conversar ao telefone sobre eleição venezuelana
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, entrou em contato com a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para solicitar uma conversa telefônica entre os dois. Embora o horário do telefonema ainda não estivesse definido até a última atualização, é esperado que aconteça nesta quinta-feira (1º).
A informação foi divulgada pelo jornal O Globo, que também relatou a possibilidade de Lula conversar por telefone com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, López Obrador, no mesmo dia. Os três países estão tentando chegar a um acordo sobre a situação política na Venezuela, onde o resultado das eleições presidenciais do último domingo (28) foi contestado pela oposição e por diversos países.
O governo da Colômbia, assim como o do Brasil, aguarda que Maduro apresente as atas de votação para confirmar sua vitória. Em comunicado oficial, Petro declarou que “as graves dúvidas sobre o processo eleitoral venezuelano podem levar seu povo a uma profunda polarização violenta”.
Segundo os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Maduro foi reeleito com 51,2% dos votos, contra 44% do opositor Edmundo González. A oposição, no entanto, alega que González venceu com 70%. O CNE é controlado pelo regime chavista.
Milei agradece ao Brasil por assumir a embaixada argentina em Caracas
Nesta quinta-feira, o presidente da Argentina, Javier Milei, agradeceu ao governo brasileiro por assumir a embaixada argentina em Caracas. Além de cuidar dos prédios e documentos e prestar serviços consulares aos cidadãos dos dois países, funcionários brasileiros também protegerão seis venezuelanos asilados, integrantes da equipe da líder opositora María Corina Machado, que estão na embaixada argentina desde que Maduro ameaçou prendê-los durante a campanha presidencial contestada.
O regime de Maduro expulsou da Venezuela os diplomatas de países que não reconheceram sua vitória, como Argentina e Peru. Ambos os governos pediram ao Brasil para representar seus interesses em Caracas.
Milei, que anteriormente criticou Lula e se opôs a países governados por esquerdistas, agora reconheceu os fortes laços entre Brasil e Argentina. Ele agradeceu publicamente pela disposição do Brasil em assumir a custódia da embaixada argentina na Venezuela, destacando que os laços de amizade entre os dois países são “fortes e históricos”.
Líder da oposição venezuelana também agradece ao governo brasileiro
O governo Lula tenta manter um diálogo tanto com Maduro quanto com a oposição venezuelana. María Corina Machado, que tem sido ameaçada de prisão por Maduro, também agradeceu ao governo brasileiro por assumir a custódia da embaixada argentina, afirmando que isso poderia contribuir para um processo de negociação construtivo e eficaz.
Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro e assessor especial de Lula, esteve em Caracas para acompanhar a votação e se encontrou com Maduro e opositores. Fontes afirmam que Amorim pediu a Maduro para evitar uma invasão à embaixada argentina.
Até esta quinta-feira, Maduro havia rompido relações com vários países da América Latina que contestaram o resultado das eleições, enquanto Brasil, Colômbia e México aguardam a apresentação dos boletins de urna. Os Estados Unidos também pedem o mesmo, mas com um tom mais forte.
Críticas de lideranças petistas a Maduro
No Brasil, algumas lideranças de esquerda também questionaram o resultado das eleições venezuelanas e criticaram o governo de Maduro. O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo Lula no Congresso, afirmou que o processo eleitoral não tem legitimidade, enquanto a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a falta de transparência na eleição e cobrou provas do governo venezuelano.
O governo brasileiro, no entanto, ainda não reconheceu oficialmente a vitória de Maduro nem acusou fraude. Lula afirmou que não vê nada de anormal nas eleições na Venezuela, mas aguarda a apresentação das atas para o reconhecimento do resultado.
Entidades internacionais apontam falta de transparência
O Centro Carter, um órgão de fiscalização internacional, declarou que não pode verificar os resultados das eleições na Venezuela devido à falta de transparência. A Organização dos Estados Americanos (OEA) também denunciou a manipulação dos resultados, afirmando que o processo eleitoral foi “aberrante” e destinado a distorcer os resultados.
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