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Lula diz que exames ‘assustaram’ médicos e que só soube da ‘gravidade’ de seu caso depois da cirurgia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu alta hospitalar neste domingo (15), após passar por uma cirurgia neurológica de emergência no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Em coletiva de imprensa antes de deixar o hospital e seguir para sua residência na capital paulista, Lula relatou detalhes sobre sua experiência e recuperação.

Com um chapéu cobrindo o curativo, o presidente descreveu a cirurgia como uma “surpresa” e admitiu ter ficado preocupado ao descobrir a gravidade do quadro. A lesão foi consequência de uma queda ocorrida em outubro, quando bateu a nuca no Palácio da Alvorada.

De dor de cabeça à cirurgia emergencial

Lula contou que se sentia bem até a semana passada, mas começou a sentir dores de cabeça no domingo (8), que se intensificaram na segunda-feira (9). Inicialmente, atribuiu o desconforto a uma exposição ao sol durante um banho de piscina no final de semana.

“Eu achei que era problema do sol. Na segunda-feira acordei sentindo coisas estranhas: passos mais lentos, olhos vermelhos, muito sono. No final da tarde chamei a dra. Ana [Helena Germoglio, médica da Presidência] e disse que algo estava errado”, relatou o presidente.

Encaminhado ao Hospital Sírio-Libanês em Brasília, Lula passou por exames que indicaram uma hemorragia intracraniana. A equipe médica, preocupada com a gravidade do quadro, recomendou sua transferência urgente para São Paulo, onde foi atendido por seu médico pessoal, Roberto Kalil Filho.

Procedimentos médicos e recuperação

Na madrugada de terça-feira (10), Lula foi submetido a uma trepanação para drenar o hematoma intracraniano. Posteriormente, passou por um procedimento complementar para embolizar uma artéria e prevenir novos sangramentos. Após dias de monitoramento intensivo, ele deixou a UTI na sexta-feira (13) e seguiu para acompanhamento em enfermaria.

Ao receber alta, Lula destacou que agora está em boas condições, mas precisa seguir cuidados específicos. “Eu estou tranquilo, me sinto bem. Sei que preciso me cuidar, evitar esforços físicos e respeitar o período de recuperação de 60 dias”, afirmou.

Relato sobre o acidente

O presidente também esclareceu detalhes da queda ocorrida em 19 de outubro. “Eu não estava cortando a unha do pé, mas da mão, sentado em um banco redondo. Quando fui guardar o estojo, tentei me inclinar, perdi o equilíbrio e bati a cabeça na hidromassagem. Foi um estrago razoável”, contou Lula, em tom descontraído.

Próximos passos

Após a alta, o presidente permanecerá em São Paulo até quinta-feira (19), quando realizará uma tomografia de controle. Caso os exames não indiquem intercorrências, ele poderá retornar a Brasília. Embora apto a trabalhar, Lula está proibido de realizar atividades físicas intensas e viagens longas de avião, como as internacionais.

O presidente foi acompanhado por familiares e amigos nos últimos dias, com a primeira-dama, Janja da Silva, ao seu lado durante todo o período de internação. Segundo os médicos, Lula está “neurologicamente perfeito” e “apto a exercer qualquer tipo de trabalho”, sem risco de sequelas.

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