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Ex-mulher diz que homem morto com bomba participou de acampamento contra Lula e queria matar Moraes

Uma equipe da Polícia Federal de Santa Catarina visitou, na manhã desta quinta-feira (14), locais ligados a Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, que morreu após explosões na área central de Brasília na noite anterior. Segundo informações, Francisco teria tirado a própria vida após ser impedido de entrar no Supremo Tribunal Federal (STF). No município de Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, os agentes apreenderam um celular e pendrives em sua residência.

A polícia localizou também a ex-esposa de Francisco, que foi levada para depoimento. Ela relatou ter acompanhado o ex-marido em acampamentos em frente a quartéis do Exército em Santa Catarina, onde ele apoiava a intervenção militar e a continuidade de Jair Bolsonaro na presidência, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Ela também revelou que Francisco havia comentado planos de atentado contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmando que, se não conseguisse entrar no prédio do Supremo, tiraria a própria vida.

Durante o depoimento, a ex-esposa explicou que o extremismo de Francisco foi o motivo do fim do casamento. Francisco teria deixado Rio do Sul em julho, alegando que faria uma viagem de lazer, mas não retornou. Em Brasília, ele alugou uma quitinete em Ceilândia, a 30 km da Praça dos Três Poderes, onde foram encontrados explosivos. Pouco antes das explosões, ele fez posts em redes sociais sobre possíveis ataques na capital federal, previstos até sábado (16).

Ao longo dos cinco meses em Brasília, Francisco visitou o Congresso e o STF, inclusive participando de uma visita guiada no tribunal em agosto. No mesmo mês, ele visitou o gabinete do deputado Jorge Goetten (Republicanos), com quem discutiu o passado. Em seu perfil no Facebook, Francisco compartilhava teorias conspiratórias e mensagens da extrema direita norte-americana.

As autoridades obtiveram mensagens de WhatsApp de Francisco indicando o planejamento do atentado. Segundo o boletim da Polícia Civil do Distrito Federal, ele teria expressado antecipadamente a intenção de cometer um atentado e tirar a própria vida.

Na noite de quarta-feira, um segurança do STF, Natanael da Silva Camelo, relatou detalhes do ataque. Segundo ele, Francisco se aproximou da estátua da Justiça, retirou uma blusa da mochila e atirou-a em direção à estátua. Camelo afirmou que Francisco exibiu artefatos explosivos em seu corpo e alertou os seguranças para que não se aproximassem. Depois, ele acionou os explosivos, deitando-se ao chão.

Peritos do Batalhão de Operações Especiais (Bope) localizaram um cinto e uma mochila com explosivos e um temporizador junto ao corpo, que permaneceu no local até a manhã desta quinta-feira por precaução. A remoção só ocorreu após o Bope realizar explosões controladas para neutralizar os artefatos.

As explosões ocorreram minutos após o término de uma sessão do STF e foram ouvidas no Palácio do Planalto e edifícios próximos. Em resposta, as forças de segurança do Distrito Federal aumentaram o patrulhamento na região.

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