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Escolas buscam soluções para regular o uso de celular pelos alunos
A Escola Estadual de Educação Profissional Jaime Alencar de Oliveira, em Fortaleza, adotou estratégias como o uso de caixas para guardar celulares e perda de pontos em avaliações para reduzir a distração dos estudantes com os aparelhos em sala de aula. Nesta quinta-feira (31), a escola recebeu a visita de ministros da Educação, que participaram de encontros do G20 na cidade.
No Brasil, enquanto alguns estados e municípios já restringem o uso de celulares nas escolas, o governo busca estabelecer uma regulamentação nacional. Para Débora de Paula, aluna do 1º ano do ensino médio, a restrição é positiva. Ela acredita que o celular pode ser útil para fins educativos, mas reforça que o uso deve ser controlado para não comprometer a atenção nas aulas. No curso de produção audiovisual, do qual Débora faz parte, os alunos perdem pontos caso utilizem o celular de forma inadequada. Fora da escola, Débora mantém a regra de não usar o celular após as 22h.
Outro estudante, Allan Sousa, do curso de eletromecânica, explica que na sua turma os celulares são guardados em uma caixa e liberados apenas quando o uso é autorizado pelo professor. Ele apoia a prática, argumentando que as notificações do celular frequentemente desviam a atenção dos alunos.
O diretor da escola, Kamillo Silva, destaca que o objetivo é encontrar um equilíbrio no uso das tecnologias em sala de aula. Segundo ele, o celular pode ser uma ferramenta valiosa para atividades educacionais, desde que utilizado de forma responsável e adequada.
Discussão internacional e desigualdade no uso da tecnologia
O uso de tecnologias nas escolas também foi um dos temas debatidos nos encontros de educação do G20, finalizados no dia 30, e na Reunião Global de Educação (GEM), organizada pela Unesco, que começou nesta quinta-feira (31) em Fortaleza. O Relatório de Monitoramento Global da Educação (GEM) 2024 revelou desigualdades no acesso à tecnologia: enquanto oito em cada 10 adultos em países ricos conseguem enviar e-mails com anexos, em países de renda média, como o Brasil, apenas três em cada 10 conseguem realizar essa tarefa. Manos Antoninis, diretor do relatório, aponta que, embora a tecnologia prometa melhorar a aprendizagem, os resultados mostram que para muitos alunos o efeito tem sido negativo.
Avanço de regulamentação no Brasil
Em uma ação voltada a essa questão, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou, no dia 30, o Projeto de Lei 104/2015, que propõe a proibição do uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos nas salas de aula de escolas públicas e particulares, exceto para atividades pedagógicas supervisionadas. O projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça e poderá ser aplicado em todas as etapas da educação básica, com exceções para acessibilidade e condições médicas.
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