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ESCÂNDALO SEXUAL:

MPT vai apurar denúncias de assédio na Caixa registradas desde 2019

Além de Pedro Guimarães, funcionárias citam outros executivos do banco como autores de assédios. Entre eles Celso Leonardo Barbosa, número 2 na hierarquia e vice-presidente de Negócios de Atacado do banco

O Ministério Público do Trabalho e o Tribunal de Contas da União (TCU) abriram nesta quarta-feira (29) investigação sobre as denúncias de assédio sexual e moral relatadas por funcionárias da Caixa Econômica Federal (CEF), que já sendo apuradas sob sigilo pelo Ministério Público Federal (MPF).

A diferença é que tanto o TCU quanto o MPT vão focar na falta de ação da Caixa em relação às denúncias recebidas pelo banco antes dos casos virem à tona por meio da imprensa. Há relatos que queixas foram apresentadas a partir de 2019. no entanto, a direção do banco estatal ignorou todas.

As medidas do TCU e do MPT foram motivadas por denúncias de assédio moral e sexual supostamente praticadas pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e que foram tornadas públicas no fim da tarde de terça-feira (28), após reportagem do portal Metrópoles.

A mudança, com a escolha de uma mulher, visa diminuir a repercussão de caso tão grave em ano eleitoral e que tem um presidente da República candidato à reeleição com fonte rejeição entre o eleitorado feminino.

Mas, a depender dos investigadores e das vítimas, o escândalo da Caixa está longe do fim. Após cinco mulheres darem depoimento ao Metrópoles, outras aceitaram falar a diferentes veículos de comunicação sobre assédio sexual e moral que sofreram no ambiente de trabalho e em viagens a trabalho. 

Denúncias atingem o número 2 da Caixa

Além de Pedro Guimarães, elas citam outros executivos do banco como autores de assédios. Entre eles Celso Leonardo Barbosa, número 2 na hierarquia e vice-presidente de Negócios de Atacado do banco.

Muitas delas contaram que desistiram de fazer as denúncias por meio dos canais oferecidos pela Caixa por temerem represálias e porque colegas já haviam tomado tal providência sem receber qualquer retorno. 

Diante dessas denúncias, o MPT e o TCU decidiram fazer um pente fino nesses canais, exigindo respostas da Caixa. Ambos também querem saber qual a política da instituição para lidar com casos de assédio. E prometem punições severas.

Procurador quer informações sobre denúncias feitas desde 2019

No caso do MPT, quem está à frente do caso é o procurador Rafael Mondego Figueiredo. Ele deu 10 dias corridos para que a Caixa se manifeste sobre relatos de que tinha conhecimento da prática de abusos sexuais desde 2019, mas “teria acobertado os fatos”, e encaminhe a lista de denúncias “eventualmente apresentadas” contra Guimarães e Celso Barbosa. 

Já a presidente do TCU, ministra Ana Arraes, mandou apurar toda a política de prevenção e combate ao assédio sexual dentro da Caixa, examinando canais de denúncia, políticas de preservação do sigilo do denunciante, se há salvaguarda a quem faz uma denúncia e as regras de acompanhamento desses temas.

Em 2020, o Tribunal de Contas da União começou uma auditoria operacional para elaborar uma radiografia do tema na administração pública federal. O processo foi relatado pelo ministro Walton Alencar.

Um dos resultados foi a formulação de um modelo de prevenção e combate ao assédio, que deve servir de referência para futuras auditorias. O trabalho, porém, focou na recomendação das melhores práticas, sem tratar individualmente de eventuais falhas nos mecanismos já existentes dos órgãos públicos.

A Caixa, que até a tarde de quarta-feira dizia desconhecer qualquer denúncia de assédio na instituição, divulgou uma nota oficial, logo após a demissão do seu presidente, no fim do mesmo dia.

O banco disse repudiar qualquer tipo de assédio e informou que recebeu, por meio de seu canal de denúncias, “relato de casos dessa natureza na instituição”. 

“A investigação corre em sigilo, no âmbito da Corregedoria, motivo pelo qual não era de conhecimento das outras áreas do banco”, alega.

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