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Engenheira morre após fazer lipoaspiração e colocar silicone em clínica de BH

A família de Júlia Moraes Ferro, engenheira civil de 29 anos que vivia em Santa Bárbara, na região Central de Minas, denuncia a morte da mulher após realizar cirurgias plásticas de lipoaspiração e colocação de silicone nos seios em uma clínica médica no bairro Serra, em Belo Horizonte. A Polícia Civil está apurando o caso.

Júlia foi operada no início de abril, teve complicações e foi transferida para dois hospitais, com diagnóstico de óbito por morte encefálica, na última semana. 

A mãe da paciente, a vigilante Patrícia Moraes, de 51 anos, acusa a clínica de omitir informações sobre o estado de saúde. “Minha filha entra perfeita para fazer uma cirurgia clínica, em estado perfeito, sem problema nenhum de saúde, e sai entubada? Estou em estado de choque, larguei tudo”. 

O caso

Júlia Moraes foi atendida na clínica Sebastião Nelson, em Belo Horizonte. Segundo a mãe da paciente, ela não tinha qualquer complicação ou problema de saúde. A operação, feita em em 8 de abril, com duração de seis horas, foi acompanhada pela tia, pela prima e pelo namorado da mulher. 

Os familiares dizem que, após o procedimento, não puderam reencontrar Júlia. A engenheira saiu do bloco e foi levada para o quarto, mas a equipe médica não teria autorizado a entrada dos acompanhantes no lugar. 

“Eles falaram que ela passou mal no quarto e que não queria que a tia dela a visse daquela forma. Só que eu conheço minha filha, ela jamais ia pedir para não chamar a tia. A tia é como se fosse a mãe dela também, as duas são muito apegadas, ela foi um pouco a mãe da minha filha, e o que ela pode fazer para minha filha ela fez”, conta Patrícia Moraes.

Transferência

Em seguida, Patrícia relata que a família foi comunicada que Júlia seria transferida para um hospital para receber atendimento médico adequado. A clínica a encaminhou, por conta própria, ao Hospital Mater Dei, no Barro Preto, também na região Centro-Sul de BH, onde ficou internada por cinco dias no CTI. 

Depois, foi transferida para outra instituição na capital e morreu no último sábado, 23 de abril, em decorrência de morte encefálica e quadro irreversível, conforme a mãe. “Eles que acionaram o IML [Instituto Médico Legal].”

Clínica

A clínica Sebastião Nelson está localizada na avenida do Contorno, no bairro Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Por telefone, a adovgada Bárbara Abreu disse que a prioridade do estabelecimento é a vida e que “toda assistência tem sido prestada até o momento”.

A reportagem enviou uma série de questões sobre o caso à representante da clínica, que enviou, por nota, um posicionamento oficial.

Confira a nota:

“NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Clínica se solidariza com os familiares de Júlia Moraes Ferro e somos a principal interessada no esclarecimento de todos os fatos. A vida e bem-estar das nossas pacientes é prioridade e jamais estivemos diante de tamanha fatalidade.

Em casos como este, a parte médica fica em posição de extrema vulnerabilidade para demonstrar publicamente a verdade, tendo em vista que para comprovar a correta conduta seria necessário publicar dados, fornecer prontuário e exames da paciente, o que somos vedados em razão do sigilo médico.

Como já é da nossa rotina de cuidados, esclarecemos que toda assistência à Julia foi prestada, tanto nos momentos pré e pós-operatórios, quanto no decorrer do procedimento. Júlia apresentou exames que comprovaram plena condições para a realização da cirurgia e foi informada quanto aos riscos que todo procedimento médico invasivo apresenta.

Durante e após a cirurgia, a paciente foi o tempo todo assistida pela equipe médica composta, inclusive, por médica anestesista que esteve integralmente ao lado da paciente. O prontuário de Júlia foi entregue imediatamente no ato da solicitação feito pela família.

O cirurgião responsável pelo procedimento é habilitado, tendo cumprido todas as etapas de formação e possui Registro junto ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG) e título de especialista em Cirurgia Plástica.

Até o momento, não há nenhum indício de má-conduta médica.

Aguardamos a conclusão do laudo necropicial do Instituto Médico Legal para novos posicionamentos. A Clínica e seus profissionais continuam à inteira disposição para maiores esclarecimentos.

Belo Horizonte, 28 de abril de 2022.

Bárbara Abreu
Advogada Clínica”

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