Itabira Mais
Portal Mineiro de Notícias

Dívida Pública sobe 1,8% em outubro e volta a superar R$ 7 trilhões

A Dívida Pública Federal (DPF) voltou a ultrapassar a marca de R$ 7 trilhões em outubro, atingindo R$ 7,073 trilhões, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (29). Esse valor representa um aumento de 1,8% em relação a setembro, quando o montante era de R$ 6,948 trilhões. O crescimento foi influenciado, principalmente, pelo impacto dos juros elevados.

Composição e alta dos juros

A Dívida Pública Mobiliária Interna (DPMFi), formada por títulos emitidos no mercado interno, subiu 1,62%, alcançando R$ 6,748 trilhões em outubro. O aumento foi impulsionado pela emissão de R$ 42,5 bilhões em títulos líquidos e pela apropriação de R$ 64,84 bilhões em juros, reflexo da taxa Selic elevada, atualmente em 11,25% ao ano.

Já a Dívida Pública Federal Externa (DPFe), que inclui os títulos emitidos no mercado internacional, teve um salto de 5,82%, chegando a R$ 325,22 bilhões. Esse crescimento foi atribuído à valorização de 6,05% do dólar no período.

Revisão das metas e demandas do mercado

Com a nova projeção do Plano Anual de Financiamento (PAF), a DPF deve encerrar 2024 entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões, ajustando-se às pressões do mercado. A demanda por títulos atrelados à Selic elevou a participação desse tipo de papel para 45,91% em outubro. Em contrapartida, os títulos prefixados recuaram para 22,19%, impactados por vencimentos elevados e instabilidades econômicas.

Os títulos corrigidos pela inflação mantiveram participação estável em 27,31%, enquanto a fatia atrelada ao câmbio subiu de 4,41% para 4,58%, ainda dentro do limite previsto pelo PAF.

Reserva financeira e vencimentos

O colchão da dívida pública, reserva usada para cobrir vencimentos, subiu de R$ 785 bilhões em setembro para R$ 822 bilhões em outubro, garantindo cobertura para 6,86 meses de vencimentos. Nos próximos 12 meses, cerca de R$ 1,28 trilhão da DPF deverá vencer.

Perfil da dívida e detentores

O prazo médio da DPF caiu levemente, de 4,18 anos para 4,16 anos, indicando a necessidade de refinanciamento mais frequente. Instituições financeiras continuam sendo os maiores detentores da dívida interna, com 28,6% de participação, seguidas por fundos de pensão (23,7%) e fundos de investimento (22,4%).

A participação de investidores estrangeiros, mesmo com turbulências globais, subiu para 10,7%, alcançando o maior nível desde dezembro de 2018.

A dívida pública é uma das principais formas de financiamento do governo, que capta recursos de investidores em troca de devolução futura com correção atrelada a juros, inflação ou câmbio. O cenário atual reflete o impacto de políticas monetárias restritivas e instabilidades econômicas internas e externas.

Receba atualizações em tempo real diretamente no seu dispositivo, assine agora.

Os comentários estão fechados, mas trackbacks E pingbacks estão abertos.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais informação