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Delegada que se trancou em casa vira ré por tentativa de homicídio e tem porte de arma suspenso
A Justiça de Minas Gerais aceitou, nesta segunda-feira (19 de agosto), a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra a delegada Monah Zein, envolvida em um incidente de grande repercussão em novembro do ano passado, quando se trancou em sua casa no bairro Ouro Preto, em Belo Horizonte. Monah responderá por quatro tentativas de homicídio contra policiais civis, após ter atirado durante uma intervenção dos agentes em sua residência.
A denúncia foi acatada pelo juiz Bruno Sena Carmona, da 1ª Vara Sumariante da comarca de Belo Horizonte, que impôs medidas cautelares. Monah Zein poderá continuar a exercer suas funções como delegada de polícia, mas teve seu porte de arma suspenso devido a preocupações com sua saúde mental. Segundo o juiz, a suspensão do porte de arma é uma medida necessária para garantir a segurança pública e a integridade do processo.
Além disso, Monah Zein está proibida de entrar em contato com as vítimas e testemunhas do caso ou de fazer postagens sobre elas nas redes sociais. Durante o incidente em novembro de 2023, a delegada utilizou seu perfil no Instagram para transmitir ao vivo a situação, enquanto estava trancada em casa por mais de 30 horas. Ela também costumava usar as redes sociais para fazer denúncias contra a instituição da Polícia Civil.
O juiz alertou que, caso Monah não cumpra as medidas cautelares impostas, poderá ser decretada sua prisão preventiva. Atualmente, ela responde às denúncias em liberdade e, até o momento, não possui advogado constituído para representá-la na ação.
A denúncia do MPMG acusa Monah Zein de tentar matar policiais civis durante a operação em sua residência. Segundo o Ministério Público, a delegada agiu com dolo homicida ao atirar contra os agentes que estavam no exercício de suas funções, apenas não consumando o crime por circunstâncias alheias à sua vontade. A intervenção policial ocorreu após Monah ter faltado ao trabalho e publicado mensagens suicidas em um grupo de WhatsApp, o que levou as equipes especializadas a tentarem garantir sua saúde física e mental.
A denúncia detalha que Monah, em um momento de grande agitação e agressividade, apontou uma arma de fogo para os colegas policiais e ameaçou atirar caso eles não se retirassem. Ela chegou a disparar contra um dos agentes, mas o tiro errou e atingiu uma parede próxima. Após uma série de confrontos e disparos de advertência, Monah retornou ao apartamento, mas não houve feridos.
O Ministério Público pediu que Monah responda por quatro tentativas de homicídio qualificado, devido ao fato de os crimes terem sido cometidos contra agentes de segurança pública. A acusação listou 14 pessoas para serem ouvidas no processo, incluindo as quatro vítimas e 10 testemunhas.
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