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Defesa de Bolsonaro afirma que plano golpista envolvia apenas Heleno e Braga Netto
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro atribuiu a militares de alta patente do Exército a autoria de um plano revelado pela Polícia Federal (PF), que incluía impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), bem como realizar o assassinato deles e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, Bolsonaro não seria beneficiado pela trama investigada. Ele argumenta que o plano previa a formação de uma junta militar, nos moldes do regime instalado após o golpe de 1964, sem a participação do ex-presidente. Documentos apreendidos indicam que o chamado “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” seria comandado pelos generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, ambos próximos a Bolsonaro.
A PF revelou que o general da reserva Mario Fernandes teria elaborado o plano, que previa o uso de uma operação denominada “Punhal Verde Amarelo”. Essa ação incluía métodos como envenenamento, tiros e explosões para assassinar as lideranças mencionadas. Fernandes, Bolsonaro, Heleno e Braga Netto estão entre os 37 indiciados no inquérito.
Apesar disso, Cunha Bueno afirmou que Bolsonaro teria recebido “propostas golpistas”, mas não as aceitou. Ele argumentou que “não havia obrigação de denunciar essas iniciativas”.
Bolsonaro apela por anistia e aposta em retorno político
Em entrevista na última quinta-feira (28), Bolsonaro pediu anistia aos investigados por tentativa de golpe e comparou a situação atual à Lei da Anistia de 1979. Ele defendeu que “zerar o jogo” seria essencial para pacificar o país.
Bolsonaro também afirmou ter debatido alternativas jurídicas extremas, como estado de sítio e uso do artigo 142 da Constituição, mas negou qualquer adesão a ações fora da lei.
Paralelamente, em declaração ao The Wall Street Journal, o ex-presidente expressou esperança de que Donald Trump, recém-eleito nos Estados Unidos, o ajude a pressionar a Justiça brasileira. Bolsonaro afirmou que Trump poderia atuar em favor da suspensão de sua inelegibilidade até 2030, além de sugerir sanções econômicas contra o governo de Lula.
O ex-presidente reafirmou sua intenção de disputar as eleições de 2026, mesmo sob inelegibilidade. “Contanto que o tribunal eleitoral não recuse meu registro, ele é válido”, disse.
Bolsonaro acredita que a volta de Trump ao poder representa uma “virada” para a direita na América Latina, comparando a vitória do republicano ao seu próprio possível retorno à presidência.
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