Clara Maria, jovem assassinada e enterrada em concreto, pode ter sido morta após repreender suspeito por apologia ao nazismo

A Polícia Civil divulgou nesta quinta-feira (13) novos detalhes sobre o assassinato brutal de Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21 anos. Seu corpo foi encontrado na última quarta-feira (12), enterrado e coberto por concreto em uma casa no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Segundo as investigações, Clara foi morta por estrangulamento no domingo (9), após ser vítima de um golpe conhecido como “mata-leão”. Dois homens, de 27 e 29 anos, estão presos como principais suspeitos do crime.

A motivação do assassinato ainda está sendo investigada, mas a polícia trabalha com três possibilidades: ciúmes, uma dívida de R$ 400 e um possível desentendimento envolvendo atitudes nazistas de um dos suspeitos.

De acordo com a polícia, Clara havia emprestado dinheiro a um dos envolvidos, que já havia trabalhado com ela em uma padaria, mas foi demitido por furtos e uso de drogas. O homem teria chamado a jovem para devolver o valor, mas, na verdade, planejava roubá-la e matá-la. “O dono da casa confessou que a intenção inicial era matá-la e roubar sua conta bancária”, afirmou o delegado Alexandre Oliveira da Fonseca.

Além disso, um dos suspeitos teria desenvolvido um sentimento de posse por Clara e ficou com ciúmes ao vê-la com o namorado. Segundo o delegado, ele já havia tentado se envolver com a jovem, mas foi rejeitado. O fato de vê-la acompanhada teria despertado nele a ideia de assassiná-la.

Outro fator investigado é que a vítima teria repreendido um dos suspeitos por atitudes nazistas. Segundo a Polícia Civil, esse homem fala alemão e já havia feito gestos nazistas em público, o que teria levado Clara a confrontá-lo. Esse episódio pode ter motivado um dos envolvidos a participar do crime.

A dupla foi presa na quarta-feira (12), quando a polícia chegou à residência onde o corpo estava enterrado. Um terceiro homem chegou a ser levado para a delegacia, mas foi liberado por falta de provas. Os suspeitos podem responder por homicídio, feminicídio, ocultação de cadáver e, possivelmente, abuso sexual – algo que ainda depende do laudo da necropsia para confirmação.