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Campos Neto: “Se precisar subir os juros, vamos subir os juros”

“Se for necessário aumentar os juros, nós vamos aumentar.” Com essa afirmação, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou, na manhã desta terça-feira (20/8), durante um evento promovido pelo BTG Pactual em São Paulo, que a decisão sobre as taxas de juros dependerá das projeções econômicas, tanto nacionais quanto internacionais.

Campos Neto enfatizou o compromisso do Banco Central com a meta de inflação e elogiou o ambiente de colaboração dentro da instituição, afirmando que “nunca viu um espírito de equipe tão bom no Banco Central como nas últimas reuniões”. Ele também mencionou que a mensagem atual do Banco Central está alinhada com a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom).

Ele admitiu que, assim como outros economistas, tem cometido erros nas previsões de crescimento econômico, mas destacou que a economia brasileira mostra sinais de robustez, com a inflação controlada em 4,5% nos últimos 12 meses e as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se aproximando de 3%. “Os dados estão muito melhores no Brasil do que os preços refletem”, afirmou.

Campos Neto também chamou a atenção para a necessidade de cautela diante da volatilidade global e das incertezas nas relações econômicas entre os Estados Unidos e a China, ressaltando que o Banco Central está atento a esses movimentos ao decidir sobre as futuras políticas monetárias.

Ele comentou ainda sobre o cenário geopolítico, mencionando temas como protecionismo e fragmentação do comércio, que podem ter impacto inflacionário no médio prazo, mas notou uma melhora recente nas condições externas.

Transição no Banco Central

Campos Neto falou sobre a transição de comando no Banco Central e afirmou que está concentrando todos os esforços para garantir que essa transição ocorra de forma suave. Ele também mencionou que não pretende continuar na vida pública e que deve buscar uma posição no setor privado.

Encerrando sua participação no evento, Campos Neto, que foi criticado por usar a camisa da Seleção Brasileira no dia da eleição presidencial, expressou o desejo de que seu sucessor seja avaliado com base em suas decisões técnicas, e não por questões superficiais, como a cor da camisa que veste ou sua participação em eventos.

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