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Caixa quer se tornar um dos principais operadores do mercado de bets no país, diz presidente do banco
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, anunciou que a Loterias Caixa está se posicionando para se tornar um dos principais players no mercado de apostas esportivas (bets) no Brasil. A empresa, que já detém o monopólio dos jogos de loteria no país, é uma das 113 que solicitaram ao Ministério da Fazenda a autorização para atuar nesse segmento. No ano passado, o mercado informal de apostas esportivas movimentou até R$ 100 bilhões, segundo estimativas, uma vez que ainda não há regulamentação oficial no Brasil.
No primeiro semestre deste ano, a Caixa arrecadou R$ 12,3 bilhões com seus jogos de loteria, um aumento em comparação aos R$ 10,34 bilhões arrecadados no mesmo período do ano anterior. A expectativa da Loterias Caixa é que as apostas esportivas gerem inicialmente cerca de 50% do valor arrecadado com os jogos tradicionais. Com o amadurecimento da operação, essa arrecadação tende a crescer.
“Queremos ser um dos principais players no mercado de bets. Há muito espaço para crescimento, e isso tem um grande efeito social. Uma parte significativa dos impostos arrecadados com as loterias é destinada a programas de assistência social. A Caixa deseja estar presente nesse segmento e há uma série de iniciativas que serão desenvolvidas”, explicou Vieira.
Ele destacou que o monopólio da Caixa nos jogos de loteria é visto como um meio de promover benefícios sociais, distribuindo a arrecadação obtida para a sociedade. A entrada no mercado de apostas esportivas, segundo Vieira, motivou o governo federal a assumir a responsabilidade pela regulamentação dos jogos, com especial atenção ao risco de vício.
Vieira também enfatizou que a Caixa tem um compromisso social em relação ao comportamento dos usuários. “As bets não impactam nos jogos tradicionais da Caixa, mas decidimos entrar no mercado por conta da concorrência. Vamos promover uma ação educativa para os apostadores, o que diferenciará a Caixa dos demais players, reforçando nossa responsabilidade com os apostadores e a destinação dos recursos para a sociedade”, afirmou. Ele ainda observou que, até agora, as empresas atuantes no setor de apostas funcionavam como agentes de meio de pagamento, operando fora do Brasil sem retenção de recursos para o país.
A diretora-presidente da Loterias Caixa, Lucíola Vasconcelos, reforçou a preocupação da empresa com os riscos associados ao jogo, especialmente no que diz respeito ao vício. Ela destacou que a Caixa já implementa alertas e orientações para os apostadores, mesmo em um mercado ainda não regulado. “Somos a única empresa que já possui esses mecanismos de proteção ao jogador. Com a entrada nas bets, a Caixa passa a atuar em um novo mercado, mas sem competir com seus produtos tradicionais”, afirmou Lucíola.
Embora a Loterias Caixa tenha mais de 3 mil pontos físicos em todo o país, a atuação no segmento de apostas esportivas será predominantemente digital, seguindo o modelo das demais empresas do setor. Em relação à exigência do Ministério da Fazenda de um capital social mínimo de R$ 30 milhões para operar (a Loterias Caixa possui um capital social de R$ 11,8 milhões), Lucíola garantiu que a empresa está se preparando para cumprir todas as regras e prazos estabelecidos.
A Loterias Caixa, criada em 2015, é responsável pela administração das casas lotéricas no país, que operam jogos como Mega Sena, Lotofácil e Quina. A nova regulamentação para apostas esportivas, conhecida como “Lei das Bets”, foi sancionada no início do ano pelo presidente Lula. A legislação inclui a taxação de 15% de Imposto de Renda sobre o lucro líquido dos prêmios e exige que as empresas paguem R$ 30 milhões pela outorga. A lei também atribui ao Ministério da Fazenda a responsabilidade pela autorização e fiscalização das operações de apostas esportivas.
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