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Barragem em Ouro Preto entra em nível de alerta após vistoria encontrar rachaduras

A barragem Forquilha V, localizada na mina de Fábrica, em Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, entrou em estado de alerta após uma vistoria da Agência Nacional de Mineração (ANM) identificar fendas na estrutura de rejeitos de minério de ferro. A inspeção, realizada na segunda-feira (5 de agosto), apontou um alto risco potencial, com possibilidade de impacto em vidas humanas em caso de incidente ou rompimento.

A causa das fissuras ainda não foi determinada. Em resposta ao alerta, a Vale, responsável pela barragem, deve realizar inspeções diárias e enviar relatórios semanais à ANM, detalhando o comportamento das fendas e as medidas corretivas adotadas. Se as ações corretivas não forem suficientes dentro de 60 dias, a ANM pode elevar a barragem ao nível 1 de emergência.

A Vale afirmou que a barragem Forquilha V não sofreu alterações em suas condições de estabilidade e que a própria equipe da empresa identificou e notificou a ocorrência à ANM. A barragem está fora de operação desde 2023 e é monitorada 24 horas por dia pelo Centro de Monitoramento Geotécnico da empresa.

Plano de ação

A ANM exigiu a limpeza das fissuras e o acompanhamento delas por meio de extensômetros, instrumentos que medem a progressão das rachaduras. Além disso, solicitou um estudo de tensão-deformação para entender as causas das fissuras e monitorar futuras deformações na estrutura.

A Vale destacou que a barragem Forquilha V não afeta outras barragens do complexo e que não há comunidades ou estruturas operacionais na Zona de Autossalvamento (ZAS). No entanto, a ANM indicou que há ocupações permanentes e instalações de relevância socioeconômica na área a jusante da barragem, que poderiam ser impactadas em caso de rompimento.

Impacto ambiental

O impacto ambiental potencial da barragem Forquilha V também é significativo, com a área a jusante abrigando regiões de interesse ambiental relevante ou áreas protegidas.

Outras barragens em risco

A barragem Forquilha III, também em Ouro Preto, está em nível 3 de emergência desde 2019, indicando risco iminente de rompimento. Em abril, uma anomalia grave foi identificada na estrutura, levando o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) a cobrar maior transparência da Vale, que corrigiu a trinca no mesmo mês.

Ouro Preto lidera o número de barragens de rejeitos em risco no Brasil, com dez barragens sob alerta, cinco das quais nos dois níveis mais altos de emergência. Em Minas Gerais, há 51 barragens em alerta, representando quase 60% das barragens em risco em todo o país.

Declarações

A ANM afirmou que as fissuras foram inspecionadas visualmente e acompanhadas por dados de instrumentação, resultando na exigência de medidas corretivas e monitoramento contínuo. A Vale, por sua vez, reiterou que a barragem Forquilha V permanece estável e com suas declarações de conformidade e operacionalidade vigentes. A empresa também garantiu que um plano de ação está em andamento para tratar as fissuras identificadas.

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