Os jogos do Atlético e Cruzeiro na Argentina, contra San Lorenzo e Boca Juniors, pelas oitavas de final da Copa Libertadores e Sul-Americana, foram marcados por incidentes de racismo por parte de torcedores locais contra os visitantes. Isso levanta a questão: qual é a punição que a Conmebol, responsável pelas competições, costuma aplicar em situações como essa?
No dia 13 de agosto, durante a partida no estádio Nuevo Gasómetro, torcedores do Atlético registraram imagens de fãs do San Lorenzo imitando macacos. O mesmo tipo de comportamento racista foi observado nas arquibancadas da Bombonera, dois dias depois, no jogo entre Boca Juniors e Cruzeiro.
A Conmebol segue um procedimento padrão em casos como esses. O Comitê Disciplinar da entidade inicialmente coleta informações sobre o incidente, utilizando relatórios do observador e a súmula do árbitro, se este tiver presenciado os atos. Além disso, a investigação pode incluir fotos e vídeos, incluindo material de redes sociais ou imagens de emissoras que transmitem os jogos.
Após a investigação, a Conmebol determina a punição. Normalmente, a sanção para casos de racismo é uma multa de US$ 120 mil (cerca de R$ 660 mil). Recentemente, essa foi a punição aplicada ao Universitário, do Peru, por atos racistas de seus torcedores contra o Botafogo, em Lima, durante a Libertadores.
Além da multa, a Conmebol costuma exigir que os clubes promovam campanhas de conscientização contra o racismo. Para clubes reincidentes, o valor da multa pode aumentar.
No entanto, essas punições têm sido consideradas brandas por muitos. Clubes e torcedores têm pressionado a Conmebol por medidas mais rigorosas, como jogos com portões fechados para clubes cujos torcedores cometem atos de racismo ou até mesmo a exclusão das equipes dos torneios.