O ex-jogador de futebol Robson de Souza, conhecido como Robinho, foi detido na noite de quinta-feira, 21 de acordo com a ordem da Justiça Federal de Santos, em atendimento à decisão da presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Maria Thereza de Assis Moura, que validou a sentença do tribunal na quarta-feira, 20.
A ministra, em sua comunicação à Justiça de Santos, ressaltou que a solicitação da Justiça italiana para que o jogador cumpra sua pena no Brasil foi aceita pela maioria dos ministros durante o julgamento no STJ, com um total de 11 votos, sendo nove a favor e dois contra.
O documento foi recebido pela Justiça Federal em Santos, no litoral paulista, por volta das 16h de quinta-feira, e logo em seguida foi emitido o mandado de prisão contra o ex-atleta.
Minutos após a emissão do mandado pela Justiça de Santos, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Robinho.
Agora, espera-se que Robinho seja conduzido à sede da Polícia Federal, onde passará por exames de corpo de delito. Em seguida, ele deve comparecer a uma audiência de custódia e, posteriormente, ser encaminhado a uma penitenciária, cujo local ainda não foi determinado.
Relembrando o caso, transcrições de interceptações telefônicas autorizadas judicialmente revelaram que Robinho admitiu sua participação no incidente que levou uma jovem de origem albanesa a acusá-lo e a seus amigos de estupro coletivo em Milão, na Itália. Em 2017, com base principalmente nessas gravações, a Justiça italiana condenou o jogador a nove anos de prisão em primeira instância. Os áudios divulgados agora já estavam transcritos nos processos. As conversas revelam Robinho discutindo com seu amigo Ricardo Falco sobre os depoimentos dados à polícia, com descrições explícitas do ocorrido e linguagem inapropriada.
Em uma das gravações, o jogador admite ter tido relações sexuais com a vítima, contrariando declarações anteriores em que afirmava ter havido apenas sexo oral. Robinho e seu amigo Falco foram condenados pelo crime de agressão sexual em grupo. No entanto, como Robinho voltou ao Brasil, a pena não foi cumprida.
Além das interceptações telefônicas, a polícia italiana grampeou o carro de Robinho e capturou outras conversas. Segundo a Justiça italiana, essas conversas se auto-incriminam. As gravações mostram diálogos entre o jogador e um músico que tocou na boate naquela noite e alertou Robinho sobre a investigação.
Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representava Robinho na Itália, reiterou a inocência de seu cliente. O jogador afirmou que todas as suas interações com a denunciante foram consensuais e expressou arrependimento apenas por ter sido infiel à sua esposa.