Com a prisão, nesta quarta-feira (9/11), de um dos suspeitos de envolvimento no homicídio de um árbitro de futebol em Poços de Caldas, Sul do estado, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a investigação sobre o crime, cometido em julho deste ano. Agora, dois investigados pela morte da vítima, de 62 anos, estão presos preventivamente. Em decorrência das apurações, além da autoria, é possível indicar o que motivou a execução.
De acordo com o delegado Cleyson Brene, responsável pelo inquérito policial, até então, as informações sobre a motivação do crime estavam em sigilo. “Isso porque nos chamou a atenção o fato de, na frente do muro da casa da vítima, estar a inscrição ‘Jack’, que é uma gíria de presídio para indicar estuprador. Nós começamos, então, a verticalizar a investigação nesse sentido”, explica.
Brene informa que os dois suspeitos presos mencionaram em depoimento que o motivo do homicídio seria em retaliação a suposto abuso sexual por parte da vítima contra o familiar de um dos investigados. “Essa informação foi confirmada tanto pela esposa do preso [detido em setembro] quanto pela criança, que também foi ouvida na delegacia, confirmando essa versão”, conta.
Segundo o delegado, na casa do árbitro foram apreendidos cadernos com escritos de crianças, e, até o momento, não foram identificadas eventuais outras vítimas. Brene completa que o homem de 62 anos também não tinha passagens por crimes sexuais. “Motivo pelo qual também foi resguardado o sigilo”, observa Brene ao justificar que as informações foram resguardadas até a apuração completa.
Indiciamento
O homicídio ocorreu no bairro Jardim Kennedy II. A vítima foi encontrada morta na garagem de sua residência, no dia 13 de julho, e o corpo apresentava um corte no pescoço. No decorrer das investigações, a PCMG identificou três suspeitos de participação no crime. O delegado pontua que, a princípio, foi levantado que a morte da vítima poderia se tratar de latrocínio, pois a carteira e o aparelho celular do árbitro foram levados do local.
Com o avançar do trabalho investigativo, Cleyson Brene esclarece que os indiciamentos serão distintos. “Nós vamos indiciá-los por homicídio qualificado e também em concurso com o crime de furto, porque nas oitivas nós percebemos – o próprio autor nos confessou – que a subtração da carteira e do celular foi apenas circunstancial. Como ele mesmo menciona nas declarações, fez isso para desbaratinar a atuação policial, para acreditar que seria uma motivação patrimonial”, conta.
Os dois investigados presos, ambos de 29 anos, estão reclusos no sistema prisional em virtude de mandado de prisão preventiva. O terceiro, segundo o delegado, está foragido desde a data dos fatos. O inquérito policial será finalizado e remetido à Justiça com o indiciamento dos três suspeitos do crime.