Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), está vivendo em completo isolamento na Penitenciária Federal de Brasília (PFBra) e começa a apresentar dificuldades em distinguir a realidade, conforme denunciado por sua defesa. Em uma petição enviada ao juiz federal corregedor judicial da prisão, os advogados de Marcola questionam a continuidade de seu isolamento, que teria se intensificado há cerca de um mês com uma transferência sem explicação clara para a enfermaria da instituição.
Segundo a defesa, o isolamento extremo pode levar Marcola à psicose. Relatos colhidos junto à família indicam que, nas últimas visitas, ele demonstrou “oscilações na percepção da realidade”. O documento foi inicialmente divulgado pelo portal de notícias Metrópoles, que entrou em contato com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) para questionar os planos em relação ao isolamento de Marcola, mas ainda aguarda resposta.
Marcola, de 56 anos, está preso desde 1999 e foi condenado a mais de 300 anos de prisão. Ele já passou por outros períodos de isolamento ao longo de suas mais de duas décadas de encarceramento, inclusive na solitária, onde ficou 22 horas por dia sozinho na cela, sem acesso a livros ou qualquer companhia. Em 2022, foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília, vindo de Rondônia, após um suposto plano de fuga.
O histórico criminal de Marcola remonta à sua infância, quando ganhou o apelido devido ao hábito de cheirar cola na região da praça da Sé, em São Paulo. Seu vasto prontuário inclui crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas, assaltos a banco, roubo à mão armada e homicídios.