Novo decreto sobre uso da força policial: mudanças e motivos das críticas dos governadores

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou um decreto na última terça-feira (24), que estabelece novas diretrizes para o uso da força pelas polícias Civil e Militar. A medida busca maior regulamentação e controle, mas gerou polêmicas entre governadores e especialistas.

Principais mudanças

  1. Uso da força
    • Armas de fogo devem ser utilizadas como último recurso.
    • Proibido o uso de armas contra pessoas desarmadas ou em fuga, exceto em casos de risco iminente de morte ou lesão.
    • Restrição ao uso de armas contra veículos que desrespeitem bloqueios, salvo situações de ameaça grave.
  2. Planejamento de operações
    • Operações devem ser planejadas para minimizar danos e o uso da força.
    • Alternativas devem ser avaliadas antes de ações que envolvam força.
  3. Responsabilidade e transparência
    • Policiais serão responsabilizados por uso inadequado da força.
    • Será exigida maior transparência, com coleta e divulgação de dados sobre intervenções policiais.

Impactos financeiros

Estados que não seguirem as diretrizes poderão perder repasses federais para segurança, como os R$ 3,4 bilhões distribuídos em 2024 por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen).

Críticas dos governadores

Governadores de estados com altos índices de violência argumentam que as novas regras dificultam o combate ao crime e impõem exigências sem fornecer recursos adicionais.

Próximos passos

O governo tem até 90 dias para detalhar questões como:

  • Uso de algemas;
  • Implementação de câmeras corporais;
  • Regras específicas para abordagens policiais.

Diretrizes principais

  • Não discriminação: Atuação policial deve ser livre de preconceitos relacionados à raça, gênero, religião ou condição social.
  • Proporcionalidade: A força deve ser proporcional à ameaça.
  • Prudência e razoabilidade: Apenas métodos mais intensos serão usados quando os de menor intensidade forem insuficientes.
  • Responsabilidade: Profissionais responderão por excessos ou abusos.

O decreto representa um avanço no controle do uso da força policial, mas o desafio será equilibrar segurança e direitos humanos.

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