Morre Alboni de Magalhães, primeira ourives de Itabira, aos 95 anos

Por Vila de Utopia

Faleceu, neste domingo (27/11), aos 95 anos, a ourives Alboni de Magalhães, filha de Antonino Quatorze de Magalhães, que ela e o irmão Geraldo Cristóvão de Magalhães homenagearam – e honraram – na ourivesaria homônima, e que tantas alianças de ouro confeccionaram para selar e representar a união entre casais nubentes de várias gerações em Itabira.

“Eu, ainda menina, ficava o tempo todo na ourivesaria com papai, brincando de ser ourives”, contou Alboni em entrevista a este site Vila de Utopia.

Zombeteira, Alboni contou na entrevista que o pai pedia para ela ir para a cozinha aprender os afazeres domésticos com a mãe, Ana do Nascimento Magalhães. “Nisso eu não o obedeci. Nunca gostei de cozinha.”

Nasceu assim a primeira mulher ourives itabirana. Uma artífice que transformava, com as suas mãos habilidosas, ouro em pó em joias de arte: milhares de alianças, cordões, brincos, pulseiras, pingentes saíram de sua banca para selar casamentos, galanteios amorosos e mimos diversos.

“Ajudei a amarrar muitos casais com as minhas alianças”, contou feliz, lembrando-se de um encontro que teve recentemente com um casal itabirano.

“Me cercaram e eu me assustei. Não os reconheci. O marido então falou, dirigindo-se à sua mulher: ‘foi essa baixinha magrela que aos 16 anos fez que eu ficasse preso a você’. E eles me abraçaram”, contou a ourives, comovida com a história feliz do casal que ajudou a selar.

Alboni com a sobrinha Ana Maria de Magalhães: reminiscências de um tempo de ouro, ternura e carinho que ficam na memória de parentes e amigos

Velório

O corpo de Alboni de Magalhães será velado nesta segunda-feira, de 7h às 10h30, no Memorial Santa Terezinha, travessa Tabelião Hildebrando Martins da Costa, 125, bairro Água Fresca.

O sepultamento será às 11h, no Cemitério do Cruzeiro.