O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou, nesta sexta-feira (3), a liberdade provisória do tenente-coronel Mauro Cid, que anteriormente atuou como ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A defesa dele confirmou a informação.
O militar estava detido pela segunda vez desde 22 de março no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília (DF). A nova ordem de soltura foi emitida por Moraes no dia que marca um ano da primeira prisão de Cid.
Em março, Cid foi detido após prestar depoimento no STF. Moraes alegou o descumprimento de medidas cautelares e obstrução à Justiça após a revista Veja ter divulgado áudios nos quais Cid critica a Polícia Federal (PF) e o ministro do STF após ter feito acordo de delação premiada.
Moraes validou o acordo de colaboração premiada de Mauro Cid. Na ocasião da última prisão, surgiu a dúvida sobre o possível cancelamento do acordo pelo descumprimento da cláusula de confidencialidade.
O ministro do STF é o relator do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado, no qual Cid é colaborador. Em fevereiro, a PF conduziu uma operação contra Bolsonaro, generais e ex-ministros para apurar um suposto envolvimento em um plano que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como chefe do Executivo federal para manter o ex-presidente no poder.
Cid já foi indiciado por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação na investigação sobre a fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro e de sua filha Laura. No total, 17 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente. Segundo as investigações, o militar também falsificou comprovantes de imunização contra a Covid-19 para sua esposa Gabriela e suas filhas.