Na noite de segunda-feira (07/03), aproximadamente 200 estudantes, segundo a organização, se manifestaram diante do prédio do Centro Universitário Una. Com cartazes, apitos e gritos de ordem, a principal reivindicação, segundo o porta-voz do movimento, Vinícius Augusto Vieira Pereira é pelo retorno das aulas presenciais, interrompidas devido à crise sanitária. O estudante de medicina veterinária questiona o porquê se em outras instituições, as salas de aula já estão recendo os universitários, qual seria o motivo da Una ainda preservar o ensino à distância.
“Pedimos a redução do preço das mensalidades, porque não tivemos nada agregado para melhorar a estrutura; não temos grade completa de professores docentes; recebi o coordenador do meu curso há 15 dias, mas o período acabou em dezembro, sob outra coordenação; queremos aulas práticas, acabando com essa história de aula à distância que não faz sentido; e a professora nos disse na última aula, que iríamos ter aulas práticas gravadas em Pouso Alegre, eles presenciais, e nós assistindo, contando como presenciais. Isso causou nossa revolta!” destacou Vinícius Pereira.
Previamente 180 pessoas se inscreveram on-line para a manifestação, mas adeptos se uniram ao grupo, para superar 200 participantes. A coordenação local aceitou receber uma comissão de cinco alunos, ativistas na manifestação, mas sem a presença da imprensa. O porta-voz ainda afirmou que perto de 650 alunos estão no curso de veterinária, mas o porte não suportaria os colegas. “Eu já vi aula, antes da pandemia, minha turma de 60 anos, tinha cinco em pé, e dois sentados em puffs”, disse o universitário de 28 anos, que cursa o 9º período.
Alegando perdas na qualidade do ensino, o futuro médico veterinário ameaçou ir às ultimas consequências, com uma ação judicial. “A mensalidade integral está em quase à R$ 2.800,00. Como um veterinário entraria no mercado de trabalho sem ver um animal pessoalmente. Temos um centro clinico muito bom que não pode ser usado por estar em trâmites. O ensino virou uma mercadoria total. Muita gente trancou o curso. Na minha turma foram sete de 45, fora os que se transferiram. Se não vier uma mudança, virá um processo. Já estamos ameaçando não pagar a próxima mensalidade. Se 200 alunos deixarem de pagar R$ 1.500,00 em média, dá pelo menos um susto neles”, concluiu.
Versão da Una
A assessoria de imprensa do Centro Universitário, na mesma noite da manifestação, divulgou nota, reforçando que há canal aberto ao diálogo com seus estudantes. “Una Itabira informa que manifestações são uma característica da democracia e, enquanto instituição de ensino, a Una Itabira incentiva o diálogo e o pensamento analítico como fundamentais na formação dos estudantes. Quanto às aulas, informamos que elas retornaram de maneira presencial em sete de março, respeitando todas as diretrizes do Ministério da Educação,” destaca um trecho.
A assessoria ainda explicou a plataforma usada pelo Centro Universitário. “Ressaltamos ainda que o modelo acadêmico estabelecido pela instituição é inovador e incentiva o estudante a desenvolver competências que os preparam para os desafios reais da carreira. Para tanto, foi construído de forma que alterna a composição com aulas, atividades de extensão presenciais e on-line, entre outros, permitindo o aperfeiçoamento e desenvolvimento de habilidades e competências que serão chaves para a sua formação,” concluiu a nota da Ânima Educação.
Fonte – Éuclides Eder