As Forças de Defesa de Israel realizaram novos ataques na Síria entre o domingo (15) e a madrugada desta segunda-feira (16), gerando uma impressionante explosão no porto de Tartus, onde está localizada a principal base naval da Rússia, operada sob acordo com o regime de Bashar al-Assad. O presidente sírio foi deposto na última semana, desencadeando uma onda de ataques israelenses a supostos arsenais estratégicos na região.
Segundo Tel Aviv, os alvos incluem depósitos de armas convencionais e químicas, além de lançadores de mísseis balísticos. O governo de Binyamin Netanyahu teme que os grupos radicais islâmicos, que agora controlam Damasco, utilizem esses armamentos contra Israel.
A explosão em Tartus ocorreu no início da madrugada local, ainda noite de domingo no Brasil, e foi tão potente que sugeriu o uso de bombas destruidoras de bunkers para atingir depósitos subterrâneos das forças sírias. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização sediada no Reino Unido, a detonação gerou tremores equivalentes a um pequeno terremoto de 3 graus na escala Richter. A ONG descreveu o ataque como o maior realizado por Israel contra Tartus desde o início da guerra civil síria, em 2011.
Imagens e especulações nas redes sociais
Imagens do cogumelo de fumaça causado pela explosão circularam nas redes sociais, acompanhadas de especulações sobre a possibilidade de um ataque nuclear. No entanto, especialistas descartaram essa hipótese, apesar de Israel possuir cerca de 90 ogivas nucleares em seu arsenal.
Relatos iniciais de blogueiros militares russos sugerem que Tel Aviv teria informado Moscou previamente sobre o ataque. Nos últimos dias, com a queda de Assad e sua fuga para a Rússia, navios russos se deslocaram para áreas afastadas da costa síria, mantendo posição de espera.
Impacto na Rússia e no Oriente Médio
Ainda não está claro se algum ativo ou pessoal russo foi afetado pela explosão, dada sua magnitude. Moscou mantém duas bases estratégicas na Síria: Tartus e a base aérea de Hmeimim, localizada a cerca de 60 km de distância. As forças russas concentraram suas operações em Hmeimim após a queda de Assad, removendo equipamentos e pessoal de outras bases no país.
O Kremlin informou estar em contato com o grupo HTS (Hayat Tahrir al-Sham), a principal força rebelde na Síria, e manifestou a intenção de manter suas bases no país. Essas instalações são cruciais para a projeção de poder russo no Mediterrâneo Oriental e para operações em países africanos.
Posição de Israel e novos conflitos regionais
Além dos ataques aéreos, Netanyahu anunciou planos de expansão na área desmilitarizada das Colinas de Golã, território anexado da Síria por Israel em 1967. O governo israelense pretende dobrar a colonização da região para evitar infiltrações de extremistas provenientes do novo governo sírio.
Enquanto isso, outros países, como Turquia e Catar, têm buscado reabrir representações diplomáticas em Damasco, sinalizando uma tentativa de estabilização política no país após a queda do regime de Assad.
O futuro da Síria permanece incerto, com o equilíbrio de poder regional sendo influenciado por atores como Rússia, Turquia e Israel.