Entenda o passo a passo do impasse entre Musk e Moraes sobre o X

Em 17 de agosto, uma conta no X (antigo Twitter) divulgou um documento confidencial da Justiça brasileira. Nele, o ministro Alexandre de Moraes determinava que os advogados da empresa no Brasil tomassem providências para cumprir uma decisão judicial anterior, que exigia o bloqueio de determinadas contas em até 24 horas. O documento alertava que, em caso de descumprimento, a administradora da empresa no Brasil, Raquel de Oliveira Villa Nova Conceição, poderia ser presa por desobediência, afastada de seu cargo, e multada em R$ 20 mil por dia.

Após o não cumprimento da ordem por parte do X, Moraes aumentou a multa diária de R$ 50 mil para R$ 200 mil, e destacou que novos descumprimentos poderiam caracterizar crime de desobediência pelo representante legal da empresa no Brasil.

Tensão Escalando

O confronto atingiu seu ponto mais crítico nesta semana, quando Moraes ameaçou suspender o X no país. Elon Musk, CEO da empresa, indicou que não pretendia seguir a ordem.

Na noite de quarta-feira (28), o Supremo Tribunal Federal (STF) enviou uma intimação por meio do próprio X, direcionada ao perfil oficial da plataforma, exigindo que a empresa nomeasse um novo representante legal no Brasil. O despacho, assinado por Moraes, advertia que a falta de cumprimento poderia resultar na suspensão da plataforma na noite de quinta-feira (29). O perfil pessoal de Musk foi marcado na postagem.

Em resposta, Musk utilizou o X para criticar o ministro. Ele postou uma imagem gerada por inteligência artificial, comparando Moraes a vilões dos filmes “Harry Potter” e “Star Wars”. Em outro tuíte, Musk compartilhou uma imagem que mostrava o ministro atrás das grades, acompanhada da mensagem: “Um dia, Alexandre de Moraes, essa foto sua na prisão será real. Marque minhas palavras.”

Também nesta quinta-feira (29), foi revelado que Moraes havia ordenado o bloqueio de contas da Starlink Holding, empresa também controlada por Elon Musk, para garantir o pagamento das multas aplicadas à rede social pelo Judiciário brasileiro. O bloqueio foi determinado em 18 de agosto, devido à ausência de um representante legal da plataforma no Brasil, com Moraes alegando a existência de um “grupo econômico de fato” sob o controle de Musk.