“A polícia salvou minha vida”, afirmou Gisèle P. nesta quinta-feira (5/9) em um tribunal na França. Ela foi dopada por seu marido durante 10 anos para ser estuprada por dezenas de homens contatados online. O depoimento ocorreu no quarto dia do julgamento de 51 homens, incluindo seu marido, Dominique P., por estupro qualificado.
O caso veio à tona em 2020, quando Dominique, de 71 anos, foi preso por filmar debaixo das saias de mulheres em um shopping. A polícia encontrou em seu computador milhares de fotos e vídeos de Gisèle, inconsciente, sendo abusada por estranhos. “Meu mundo desabou quando a polícia me mostrou as fotos”, disse a vítima, que está se divorciando de Dominique.
Alguns dos acusados alegam que não sabiam que a vítima era drogada e acreditavam que se tratava de um casal libertino, algo que Gisèle negou veementemente. “Não foram cenas de sexo, foram estupros”, declarou ela. O julgamento envolve cerca de 200 estupros cometidos entre 2011 e 2020.
Dominique, juntamente com outros réus, enfrenta até 20 anos de prisão. Ele mantinha um registro meticuloso dos abusos, identificando os estupradores por nome, idade e até número de telefone. As conversas entre ele e os agressores eram iniciadas em sites de encontros e continuavam em plataformas como Skype.
Os filhos do casal também foram profundamente afetados pelo caso. A filha, Caroline Darian, teve que sair do tribunal chorando ao ouvir a descrição das imagens armazenadas por seu pai, que incluíam fotomontagens de Caroline nua. Gisèle e seus filhos se opuseram com sucesso ao pedido de que o julgamento fosse realizado a portas fechadas, permitindo que o caso fosse exposto publicamente.