O Tribunal de Justiça de Pernambuco decretou, nesta segunda-feira (23), a prisão do cantor Gusttavo Lima, no âmbito da Operação Integration, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro. O cantor e a influenciadora Deolane Bezerra, presa desde o início do mês, são apontados como envolvidos no esquema.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, as investigações começaram em abril do ano passado, após a apreensão de R$ 180 mil em espécie. O inquérito revela que, entre janeiro de 2019 e maio de 2023, mais de R$ 3 bilhões foram movimentados em contas correntes, aplicações financeiras e dinheiro vivo, oriundos de atividades ilegais, como jogos clandestinos.
A investigação aponta que a organização criminosa usava empresas de eventos, publicidade, casas de câmbio e corretoras de seguros para lavar o dinheiro por meio de depósitos fracionados, transações bancárias seguidas de saques imediatos, além da compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias e imóveis.
As autoridades identificaram movimentações financeiras atípicas de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo, sem justificativa econômica para as transações, com muitos integrantes apresentando um padrão de vida incompatível com os bens declarados e a renda oficial.
Prisão de Deolane
A Operação Integration, conduzida pela Polícia Civil de Pernambuco, cumpriu, no início de setembro, 19 mandados de prisão e 24 de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Recife, Barueri (SP), Campina Grande (PB), Cascavel (PR), Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Entre os detidos estava a influenciadora Deolane Bezerra, que permanece presa desde então, sem previsão de soltura.
Nesta fase da operação, a Justiça apreendeu 17 carros de luxo, mais de cem imóveis, quatro aviões, incluindo um pertencente a Gusttavo Lima, e sete embarcações. Além disso, cerca de R$ 3 bilhões foram bloqueados em contas bancárias e aplicações financeiras. Os passaportes dos envolvidos foram recolhidos, e seus portes de armas, suspensos e cancelados.