O presídio Inspetor José Martinho Drumond, situado em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi alvo de uma operação realizada durante a manhã desta terça-feira (7 de maio). Agentes do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) conduziram uma inspeção na unidade com o objetivo de confiscar drogas sintéticas da família K, bem como outros produtos ilícitos. No último fim de semana, uma visitante foi flagrada tentando ingressar na prisão com mais de mil unidades de K4, além de cocaína, maconha e um celular.
“Esta operação é de suma importância neste momento. Contudo, vamos além. O trabalho de conscientização e prevenção que já está sendo realizado em algumas de nossas unidades prisionais, onde os detentos são informados sobre os perigos dessa droga, tem produzido resultados significativos. A operação de pente-fino, envolvendo mais de 200 policiais penais, é parte de um esforço amplo e multifacetado”, afirmou o diretor-geral do Depen-MG, Leonardo Badaró.
A operação de pente-fino mobiliza mais de 200 policiais penais. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a apreensão desses produtos ilícitos representa um desafio para a segurança pública devido à forma peculiar do material. Isso ocorre porque a droga pode estar impregnada em papéis camuflados em roupas.
“A operação realizada nesta manhã é mais uma iniciativa do sistema prisional para combater a circulação desse tipo de droga na penitenciária, que recentemente registrou óbitos sob investigação, gerando suspeitas de uso excessivo da substância”, ressaltou o comunicado da pasta. Segundo dados da Sejusp, de janeiro de 2023 a março de 2024, mais de 21 mil pontos de droga K foram apreendidos em Minas Gerais. Somente no primeiro trimestre deste ano, foram 9.247 pontos.
As drogas da família K provocam um “efeito zumbi” nos usuários, o que levou algumas bocas de fumo em Belo Horizonte a interromper a venda do entorpecente após um teste de qualidade. A droga (originalmente líquida) geralmente é borrifada em papéis ou ervas para ser fumada.
Trata-se de um canabinoide sintético produzido em laboratórios clandestinos dentro e fora do Brasil, que causa severas contrações musculares, alucinações, psicose, convulsões e até mesmo morte. Originárias da mesma fonte, K2, K4 e K9 diferem apenas na forma de apresentação. Quando borrifada em papel, é denominada K2. Se borrifada em tabaco, torna-se K4. Já quando misturada com outras drogas, recebe a designação de K9. Quando misturada com maconha, por exemplo, as autoridades costumam se referir ao produto final como “supermaconha”.