Dois acusados da morte de torcedor atleticano estão sendo julgados nesta quarta-feira

Dois acusados de participação na morte de um torcedor do Atlético Mineiro, em novembro de 2021, estão sendo julgados nesta quarta-feira (7) em Belo Horizonte. Inicialmente, o julgamento envolveria quatro réus, mas o Tribunal de Justiça de Minas Gerais decidiu desmembrar o processo, adiando o julgamento dos outros dois acusados para o dia 24 de outubro, no Fórum Lafayette, localizado no Barro Preto.

O caso envolve seis membros da torcida organizada Máfia Azul, ligada ao Cruzeiro Esporte Clube, que teriam armado uma emboscada contra torcedores da Galoucura, após a partida entre Atlético Mineiro e Fluminense. Na ocasião, uma pessoa morreu e várias outras ficaram feridas. Os réus respondem por homicídio e tentativa de homicídio. Dois dos acusados já foram julgados e condenados pelos crimes.

O promotor de justiça Francisco Santiago afirmou que este julgamento é um marco, pois estabelece novas diretrizes em relação às torcidas organizadas. “Não estamos acusando o clube, mas os vândalos que desonram as camisas dos times e se fazem passar por torcedores. Eles visam à morte dos rivais. Minha expectativa, como membro do Ministério Público e assistente da acusação, é que façamos um júri tranquilo e que possamos demonstrar à sociedade nosso repúdio a crimes dessa natureza”, destacou.

O julgamento começou pela manhã e não tem previsão de término. Ao todo, 30 testemunhas foram convocadas para depor.

Relembre o caso

A emboscada ocorreu na rua dos Industriários, no bairro das Indústrias, após a partida entre Atlético Mineiro e Fluminense pelo Campeonato Brasileiro.

As vítimas estavam a bordo de um ônibus da linha 6350 (Estação Vilarinho/Estação Barreiro) quando o ataque aconteceu. Os agressores bloquearam as portas do veículo, impedindo que os passageiros saíssem, independentemente de serem torcedores do Atlético ou não.

Após o ataque, os suspeitos foram detidos pela Polícia Militar. No veículo de um dos acusados, foram encontrados três bastões de madeira, cinco artefatos explosivos de fabricação caseira, um soco inglês e um artefato pirotécnico.

Segundo relatos dos passageiros aos policiais, o ônibus foi interceptado por um Chevrolet Blazer, onde estavam os suspeitos. Em seguida, os agressores passaram a arremessar pedras, foguetes, pedaços de pau e barras de ferro contra o veículo. Além disso, impediram que os passageiros saíssem pela porta traseira e lançaram um coquetel molotov, ferindo várias pessoas.

Entre as vítimas, com idades entre 19 e 50 anos, estavam duas mulheres. Seis pessoas foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Diamante, enquanto outra foi encaminhada para um hospital particular. Um jovem de 20 anos, que foi socorrido em estado grave, foi levado ao Hospital de Pronto Socorro João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos.