Deputado Mário Heringer renuncia à presidência do PDT-MG após ataques de Ciro Gomes a Miguel

O deputado federal Mário Heringer (PDT-MG) renunciou à presidência do PDT de Minas. Heringer comunicou a renúncia ao presidente nacional do partido, Carlos Lupi, na noite da última quinta-feira (26). A decisão foi tomada horas após Ciro Gomes, pré-candidato pedetista à Presidência da República, descartar o nome de Miguel Corrêa como pré-candidato do partido lançado para disputar o governo de Minas. 

Em entrevista à CNN, Ciro afirmou que Corrêa é “ficha suja” e que “não será candidato” ao Executivo estadual. “(Miguel Corrêa) não é do PDT e não será candidato. É inelegível, porque tem ficha suja”, disparou.

De acordo com Heringer, os ataques de Ciro não se limitam a Miguel, mas também à competência de sua gestão. “Ficou claro nesse movimento que minha competência para exercer a função de presidente foi contestada e eu não devo ficar num lugar onde tenha a competência julgada. Não foi um ataque ao candidato, mas às articulações que eu faço”, afirma.

Ciro também criticou a ida de Corrêa para a legenda. “Não sei o que ele veio fazer aqui, saindo ontem do PT e se filiando ao PDT. Este cidadão, e eu falo isso publicamente, não é companheiro”.

 Heringer diz desconhecer as razões das críticas públicas de Ciro a Miguel. “Atribuo isso ao desconhecimento,  alguém deve estar levando informações desviadas (para Ciro)”, disse. O deputado federal estava na presidência do PDT mineiro desde 2011. 

Sobre a permanência de Corrêa como pré-candidato da sigla, Heringer disse que comunicou Miguel sobre sua saída por mensagem. “Disse que estava renunciando e que não participo dessa ideia (das críticas de Ciro). Agora, se ele vai continuar ou não, depende dele”.  

Ainda de acordo com Heringer, ele não cogita deixar o PDT. “Esse é meu único partido. Minha posição partidária é clara. Inclusive, vou votar no Ciro Gomes e torcer para o seu projeto de desenvolvimento do país, mas não posso liderar a coordenação de uma campanha dessa maneira”.

A reportagem questionou o PDT de Minas sobre quem assume a presidência com a saída de Heringer, mas o partido informou que ainda não há nada definido e que o diretório nacional tem prerrogativa de indicar uma nova comissão executiva provisória.

Correia foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico durante as eleições de 2018, quando foi candidato ao Senado pelo PT. Ele foi investigado por uso de uma empresa pessoal para a contratação de influenciadores digitais. Ele nega as acusações, recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e diz que os influenciadores não receberam dinheiro. O mineiro também afirmou que não houve qualquer repasse para esse grupo.

A reportagem tentou contato com o pré-candidato, mas ainda não obteve retorno. 

Miguel Corrêa elogia Lula

 Após décadas filiado ao PT, Corrêa chegou ao PDT há cerca de um ano e se apresentou como pré-candidato ao governo de Minas. No início do mês, ele chegou a dizer que “a vitória do Ciro é ter Lula no governo do Brasil”, em entrevista a uma afiliada da RecordTV no Alto Paranaíba.

Após a repercussão negativa, o polítido mineiro do PDT precisou colocar panos quentes e se reposicionar. No Café com Política da rádio Super, Corrêa disse que já tinha se entendido com Ciro Gomes.

“Ele (Ciro) quis entender um pouco sobre qual era minha posição. Isso é muito claro pela minha trajetória, e eu escolhi caminhar com o PDT. Sou defensor da campanha do Ciro e não tem uma curva na minha trajetória, assim como estive em todas do PT. Mas não significa não reconhecer o meu passado, minha história, daquilo que eu participei. Ele ficou satisfeito com a justificativa, é muito brincalhão e tenho uma relação com ele desde 2004”, enfatizou.

Fonte: Otempo