Cruzeiro joga mal, só empata com Tombense com gol de pênalti no final e perde a chance de assumir a vice liderança da Série B
No duelo mineiro na Série B, Tombense e Cruzeiro ficaram no 1 a 1 em Muriaé — Foto: Victor Souza/Tombense
No sufoco, com pênalti assinalado no fim apenas após o uso do VAR, o Cruzeiro conseguiu arrancar um empate em 1 a 1 com o Tombense, em Muriaé, na noite deste sábado (23), pela terceira rodada da Série B do Brasileiro. Com o resultado, o time celeste desperdiçou a chance de assumir a vice-liderança e estacionou no 10º lugar, com 4 pontos. O Tombense, com 3, é o 13º.
Tudo estava a favor do Cruzeiro antes de entrar em campo, em Muriaé: resultados favoráveis de adversários e maioria de torcida celeste no estádio. Só faltou o time fazer sua parte.
O técnico Paulo Pezzolano até surpreendeu na escalação. Na zaga, mesmo com Brock à disposição após cumprir suspensão diante do Remo, o uruguaio optou pela dupla formada por Oliveira e Zé Ivaldo. No meio-campo, promoveu o retorno de Neto Moura, mas manteve o prata da casa Miticov, deixando o até então titular absoluto Willian Oliveira no banco de reservas. Mas a grande novidade mesmo foi a estreia do atacante Luvannor.
Desde o início, o Cruzeiro tentou se impor, buscando as triangulações entre os homens do ataque. Logo aos seis minutos, veio a primeira chance: após cruzamento pela esquerda, Luvannor ganhou de cabeça e a bola sobrou para Rodolfo, que chutou cruzado, com perigo, mas à direita do gol.
O Tombense até apareceu na frente logo no minuto seguinte, quando o lateral Manoel tentou cruzar, a bola pegou efeito e quase surpreendeu o goleiro Rafael Cabral.
A equipe celeste seguia dominando o campo ofensivo. Aos 11minutos, após jogada com Jajá, Luvannor chutou cruzado, a zaga rebatou e Rodolfo aproveitou para chutar forte, mas a defesa conseguiu desviar para escanteio.
O Cruzeiro sentia falta de uma qualidade maior na armação de jogadas, já que João Paulo estava sumido em campo. Miticov até tentou algumas vezes, mas não é a sua característica principal.
Aos 20 minutos, a Raposa teve uma grande chance: em contra ataque rápido, Jajá cortou para dentro e chutou por cima. O atacante não percebeu que Rômulo entrava livre pelo lado direito.
O Tombense também tinha dificuldades de construir jogadas em função da forte marcação do meio campo celeste, mas chegou com muito perigo aos 28 minutos, quando Ciel invadiu a área pela esquerda e chutou cruzado, mas a bola foi pra fora,
A partir dos 30 minutos, o Cruzeiro começou a superar os muitos erros de passe e passou a contar com o crescimento de produção pelo lado esquerdo, com a parceria entre Rafael Santos e João Paulo.
Mas as melhores chances da Raposa vieram em chutes de fora. Primeiro com Jajá, que colocou tanto efeito que quase enganou o goleiro Felipe Garcia, que conseguiu voltar a tempo para fazer a defesa. Depois, com Rafael Santos, mas o goleiro espalmou.
No finalzinho, o Tombense quase abriu o placar. Em contra ataque rápido, Ciel recebe a bola livre na entrada da área e tentou colocar por cima de Rafael Cabral, que saiu fechando o ângulo, mas a bola vai para fora.
Cenário repetido
Na volta do intervalo, o técnico do Tombense promoveu duas alterações, tentando deixar sua equipe mais efetiva no campo ofensivo. Já Pezzolano preferiu manter a mesma formação, mas como o quadro não se alterou, mudou de ideia logo aos 10 minutos e colocou Daniel Jr na vaga de Luvannor.
Mas não deu nem tempo de ver o que mudaria na atuação da Raposa. Aos 11 minutos, Rômulo cometeu pênalti infantil em Ciel, que ainda partia em direção a linha de fundo. O veterano de 40 anos bateu forte, no meio do gol para abrir o placar.
E aos 17 minutos Ciel quase ampliou. Lançado pela esquerda, ele cometeu falta em Oliveira, mas a arbitragem não marcou. Na velocidade, saiu na cara do goleiro Rafael Cabral, mas bateu de curva, à direita do goleiro celeste.
Pezzolano fez o que pode para tentar dar novo ânimo à Raposa: aos 20 minutos, mudou o meio campo, promovendo a estreia do uruguaio Leonardo Pais e a entrada de Adriano nas vagas de João Paulo e Miticov, respectivamente.
Com as mudanças, o Cruzeiro passou a ter mais posse de bola e começou a criar mais chances, mas seguia falhando nas finalizações. A primeira grande chance veio com Jajá, aos 31 minutos. O Tombense, por sua vez, ficava todo armado para jogar por uma bola, para tentar “matar o jogo”.
Aos 35, Pezzolano tentou a última cartada, passando o time a jogar com três zagueiros após a entrada de Brock na vaga de Rômulo. Pais passou a fazer a ala direita. E a sorte sorriu para o Cruzeiro.
Para sorte da Raposa, em uma bola cruzada na área, o lateral Manoel cometeu pênalti em Rodolfo deixando as marcas das travas da chuteira nas pernas do cruzeirense. A arbitragem não marcou, mas o árbitro de vídeo entrou em ação. Após uma demora gigantesca de quase cinco minutos, a penalidade foi assinalada. Eduardo Brock bateu com raiva e empatou.
O árbitro ainda deu mais sete minutos de acréscimos e as equipes partiram para o tudo ou nada. No último minuto, o Cruzeiro ainda teve a última chance, com Pais, mas o goleiro Felipe conseguiu defender. Empate com gosto amargo em Muriaé.
Ficha técnica
Tombense 1×1 Cruzeiro
Tombense
Felipe Garcia; David, Jordan, Roger e Manoel; Joseph, Zé Ricardo (Italo Henrique), Igor (Jean Lucas) e Everton (Gabriel Henrique); Keké (Mateus Paquetá) e Ciel (Mingotti)
Técnico: Hemerson Maria
Cruzeiro
Rafael Cabral; Rômulo (Eduardo Brock), Oliveira, Zé Ivaldo e Rafael Santos; Miticov (Adriano), Neto Moura (Waguininho) e João Paulo (Leonardo Pais); Jajá, Rodolfo e Luvannor (Daniel Jr)
Técnico: Paulo Pezzolano
Local: Estádio Soares de Azevedo, em Muriaé
Gols: Ciel, 12, Eduardo Brock, 43 do 2º
Cartões amarelos: Neto Moura (C), Igor (T)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Auxiliares: Ivan Carlos Bohn (PR) e Rafael Trombeta (PR)
Árbitro de vídeo: Adiano Milczviski (PR)
Fonte: otempo