Em jogo marcado por muita emoção, Cruzeiro volta a vencer o Athletic no Mineirão, desta vez por 2 a 1, e confirma sua classificação à final do Mineiro. Agora aguarda a definição do adversário: Atlético ou Caldense
A Raposa vai brigar por mais uma taça! Após dois anos de ausência, o Cruzeiro está de volta à final do Campeonato Mineiro. Neste sábado (26), a equipe celeste voltou a vencer o Athletic, no Mineirão, desta vez por 2 a 1, e confirmou classificação para a decisão. Agora, aguarda – de camarote – a definição de seu adversário entre Atlético e Caldense, que se enfrentam neste domingo (27). O arquirrival alvinegro tem ampla vantagem, pois abriu 2 a 0 no confronto.
A classificação para a final é mais um passo na consolidação do trabalho do técnico Paulo Pezzolano. Contratado sob desconfiança de grande parte da China Azul, o comandante uruguaio foi moldando a equipe a seu estilo, em um jogo de muita intensidade, marcação alta e saída em velocidade, de pé em pé, desde a defesa .
Na partida deste sábado (26), como tinha a vantagem de poder perder por um gol de diferença (fez 2 a 0 na ida), Pezzolano deixou Edu no banco, já que o atacante estava pendurado com dois cartões amarelos, e optou por reforçar o meio-campo, com a entrada de Filipe Machado. Já do lado do Athletic, o técnico Roger Silva mandou a campo uma equipe mais ofensiva.
O Cruzeiro chegou bem logo no primeiro minuto. Vitor Roque se aproveitou de saída de bola errada do Athletic e tocou para Waguininho, mas o atacante finalizou para fora, à esquerda do goleiro Pedro Rocha.
Passado o susto, o Athletic se postou com três atacantes na frente e marcação alta, criando dificuldades para a saída de bola do Cruzeiro. Mas, aos poucos, o time celeste foi encontrando alternativas para seu jogo. A equipe do interior, então, passou a marcar mais forte, com muitas faltas. Logo aos 11 minutos, Wallison foi amarelado por entrada em Filipe Machado. No minuto seguinte, Waguininho teve nova chance de abrir o placar para o Cruzeiro, após cruzamento de Rafael Santos pela esquerda, mas cabeceou para fora.
Em clima de decisão, o jogo seguiu com entradas mais duras e bate-boca entre os jogadores. Raphael Lucas, do Athletic, foi amarelado aos 21 minutos. Fernando Canesin também levou o cartão ao ‘matar’ um contra ataque aos 27 min. As duas equipes tinham dificuldade na construção de jogo, com muitos erros de passe.
Se o jogo seguia ‘amarrado’, a reta final da primeira etapa foi repleta de emoções. Ao seu melhor estilo, na marcação alta, Filipe Machado roubou a bola na intermediária, João Paulo ganhou de cabeça e Vitor Roque foi mais rápido que Danilo, que acabou cometendo pênalti. Na cobrança, com categoria, João Paulo deslocou o goleiro para abrir o placar para a Raposa aos 31 minutos.
O gol não desanimou o Athletic, que seguiu tentando e deu o troco ‘na mesma moeda’: em lance na área, a bola toca na mão de Filipe Machado. O árbitro Marco Aurélio Fazekas não marcou, para desespero dos jogadores e do técnico Roger. Entretanto, acionado pelo VAR, ele foi ao monitor de vídeo e confirmou a penalidade. Com direito a duas paradinhas, Raphael Lucas superou Rafael Cabral e empatou aos 42.
Só que o time visitante não teve nem tempo para ‘gostar do jogo’. Dois minutos depois, a bola foi levantada na área, bateu em Waguininho e sobrou limpa para Vitor Roque fazer o segundo gol do Cruzeiro. Jogadores e comissão técnica do Athletic reclamaram demais, alegando que a bola teria batido na mão de Waguininho.
Na volta do intervalo, Roger Silva mandou o Athletic para o ‘tudo ou nada’. Trocou o lateral Vinícius pelo armador Antônio Falcão e o meio campista Wallisson, que já estava amarelado, pelo veterano atacante Ricardo Oliveira.
E as mudanças até surtiram efeito. Os visitantes passaram a pressionar e levar perigo. O Cruzeiro, por sua vez, se armou para os contra ataques. Em um desses, João Paulo até finalizou paras as redes, mas o árbitro já havia assinalado impedimento e o camisa 28 da Raposa levou o amarelo.
O Athletic teve grande chance aos 11 min em cobrança de falta. Entretanto, após batida perfeita de Ricardo Oliveira, Rafael Cabral fez ‘milagre’, em excelente defesa, impedindo o empate.
Corajosa, a equipe de São João del Rei seguiu em cima. Pressionados, os jogadores do Cruzeiro também abusaram das faltas. Quase em sequência, Vitor Roque e Rômulo foram amarelados.
Administrando o placar, e preocupado em não correr o risco de ficar sem algum jogador para a final, Pezzolano promoveu substituições, retirando os jogadores que já estavam amarelados. Com ‘sangue novo’, o Cruzeiro passou a levar mais perigo, principalmente com Vitor Leque e Marcelinho.
Aos 22 minutos, Vitor Leque teve grande chance de ampliar, saindo em velocidade e ficando praticamente cara a cara com o goleiro Pedro Rocha, mas acabou errando o alvo, por pouco. O Athletic também teve oportunidade em cabeçada de Sidimar, mas Rafael Cabral fez outra grande defesa.
A este ponto, a torcida do Cruzeiro só se preocupava em fazer a festa, já comemorando a classificação à final. O jogo ficou totalmente aberto e os goleiros acabaram se destacando. Pedro Rocha fez grande defesa em chute de Vitor Leque. Rafael Cabral, por sua vez, fez intervenção gigante em chute cruzado de Ricardo Oliveira, mostrando muita elasticidade.
Ao apito final, festa total da torcida azul! O Cruzeiro de volta à mais uma decisão de campeonato.