A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma lista com 13 nomes que atuarão como testemunhas no caso que investiga seu suposto envolvimento em um plano para instaurar um golpe de Estado no Brasil. Entre os escolhidos estão aliados políticos, militares de alta patente e ex-integrantes de seu governo. O caso, que tramita na primeira turma do STF, tem como relator o ministro Alexandre de Moraes e deve seguir sob análise nos próximos meses.
Quem são as testemunhas escolhidas por Bolsonaro?
A lista de testemunhas inclui figuras de destaque no cenário político e militar brasileiro. Confira os nomes e suas respectivas atuações:
Amaury Feres Saad
Advogado acusado pela Polícia Federal (PF) de ser um dos autores da chamada “minuta do golpe”, documento que supostamente continha um plano para anular as eleições de 2022.
Coronel Wagner Oliveira da Silva
Representante da Aeronáutica na Comissão de Transparência Eleitoral, responsável por verificar a veracidade dos resultados das eleições de 2022.
Renato de Lima França
Ex-subchefe para Assuntos Jurídicos do governo Bolsonaro, com ampla atuação em questões legais durante o mandato.
General Eduardo Pazuello
Ex-ministro da Saúde e atual deputado federal (PL-RJ), Pazuello foi uma figura central durante a pandemia de COVID-19 no Brasil.
Senador Rogério Marinho
Ex-ministro do Desenvolvimento Regional e atual senador (PL-RN), Marinho é um dos aliados políticos mais próximos de Bolsonaro.
General Hamilton Mourão
Ex-vice-presidente da República e atual senador (Republicanos-RS), Mourão foi peça-chave no governo Bolsonaro.
Senador Ciro Nogueira
Ex-ministro-chefe da Casa Civil e atual senador (PP-PI), Nogueira era responsável pela coordenação política do governo.
Governador Tarcísio Gomes de Freitas
Atual governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio é um dos principais aliados de Bolsonaro.
Gilson Machado
Ex-ministro do Turismo, Machado foi responsável por políticas de fomento ao setor turístico durante o governo Bolsonaro.
General Marco Antônio Freire Gomes
Militar que, segundo investigações, teria negado aderir ao suposto plano golpista.
Brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior
Outro militar de alta patente que, de acordo com a PF, não teria apoiado o suposto golpe.
General Júlio César de Arruda
Ex-comandante do Exército, citado no relatório final da PF como uma das figuras envolvidas nas discussões sobre o suposto golpe.
Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro
Nome incluído na lista, mas sem detalhes adicionais sobre sua atuação no caso.
O que diz a defesa de Bolsonaro?
A defesa do ex-presidente argumenta que as testemunhas escolhidas podem contribuir para esclarecer os fatos e demonstrar que não houve qualquer tentativa de golpe. Segundo os advogados, as acusações são infundadas e baseadas em interpretações equivocadas de documentos e declarações.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já se manifestou publicamente sobre o convite para depor. Ele afirmou que aceita “sem dúvida” o pedido da defesa de Bolsonaro e está à disposição para colaborar com as investigações.
O caso no Supremo Tribunal Federal
O processo que investiga o suposto golpe de Estado tramita na primeira turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, tem sido uma figura central nas investigações sobre atos antidemocráticos no Brasil.
A Polícia Federal já apresentou um relatório preliminar indicando a existência de um suposto plano para anular as eleições de 2022 e manter Bolsonaro no poder. No entanto, a defesa do ex-presidente nega veementemente as acusações e afirma que as provas apresentadas são insuficientes.
Repercussão política
O caso tem gerado intensa repercussão no cenário político brasileiro. Enquanto a oposição vê nas investigações uma oportunidade para responsabilizar Bolsonaro por supostos atos antidemocráticos, aliados do ex-presidente afirmam que o processo é uma tentativa de criminalizar a legítima defesa das urnas eletrônicas.
A escolha de testemunhas como Tarcísio de Freitas e Hamilton Mourão também chama a atenção, já que ambos ocupam cargos de destaque na política nacional e podem influenciar a opinião pública sobre o caso.
O caso envolvendo Jair Bolsonaro e o suposto plano de golpe de Estado segue em aberto, com expectativa de novos desdobramentos nos próximos meses. A lista de testemunhas apresentada pela defesa do ex-presidente inclui nomes de peso, que poderão trazer novos elementos às investigações. Enquanto isso, o STF mantém o processo sob sigilo, e a sociedade aguarda ansiosa por respostas.
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