O Bitcoin atingiu um marco histórico no final deste domingo (15), ultrapassando o valor de US$ 106 mil. A alta foi impulsionada por declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicou a intenção de criar uma reserva estratégica de criptomoedas no país, semelhante à reserva estratégica de petróleo.
“Faremos algo ótimo com as criptos porque não queremos que a China ou qualquer outro país lidere. Queremos ser os líderes”, disse Trump em entrevista à CNBC. Questionado se criaria uma reserva de criptomoedas, o presidente eleito respondeu: “Sim, acho que sim.”
Mudanças globais e novas reservas
Outros países também têm discutido reservas estratégicas de criptomoedas. O presidente russo Vladimir Putin, por exemplo, criticou as reservas tradicionais em moedas estrangeiras e elogiou o potencial dos ativos digitais como alternativas. Putin destacou que o uso político do dólar pelos EUA está levando vários países a considerar criptomoedas como reserva.
“Por exemplo, bitcoin, quem pode proibi-lo? Ninguém”, afirmou o presidente russo.
Apesar do entusiasmo de alguns líderes, céticos permanecem. Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), comparou o Bitcoin ao ouro, destacando sua alta volatilidade e questionando sua viabilidade como reserva de valor ou meio de pagamento.
Disparada das criptomoedas
Desde as eleições de 5 de novembro, o valor do Bitcoin subiu mais de 50%, enquanto o mercado de criptomoedas dobrou de tamanho ao longo do ano, alcançando um recorde de US$ 3,8 trilhões, segundo dados da CoinGecko.
A postura pró-criptomoedas de Trump tem alimentado expectativas entre investidores. Durante sua campanha, ele participou da conferência Bitcoin 2024, prometendo que uma vitória sua traria benefícios para o setor. “Se o futuro é das criptomoedas, quero que sejam mineradas e produzidas nos Estados Unidos”, disse ele à época.
De opositor a defensor
A mudança no discurso de Trump é notável. Em 2019, ele publicamente criticou as criptomoedas, afirmando que eram “altamente voláteis” e poderiam facilitar atividades ilegais.
Especialistas apontam que a transformação reflete uma mudança no perfil do eleitorado norte-americano, que tem demonstrado maior interesse em ativos digitais. Essa nova perspectiva pode moldar a política econômica dos Estados Unidos durante o mandato de Trump, consolidando ainda mais o papel das criptomoedas no cenário global.
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