Um alento em meio a tanta tristeza. Alice e Diana, duas meninas de 8 e 11 anos, que perderam o pai, a mãe e o irmão mais velho em um acidente na véspera de Natal do ano passado na rodovia Fernão Dias, em Carmópolis de Minas, no Centro-Oeste do Estado, puderam reencontrar o cãozinho Spike nesta terça-feira (1) na cidade de Guanhães, no Vale do Rio Doce. O animal estava sumido desde a tragédia que deixou parte da família morta no final de dezembro.
A reunião foi possível graças a uma força-tarefa que reuniu policiais rodoviários, o tio das garotas, uma assistente social e até mesmo uma funcionária de uma lanchonete que, por um tempo, cuidou do animalzinho.
Tudo começou quando a agente Fabrizia Nicolai, da Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais, entrou em contato com a família das garotas. Em conversa com o tio das meninas, descobriu que as crianças choravam muito e perguntavam sobre o cachorro. “Até então ninguém sabia sobre ele e eu fiquei pensando no sofrimento delas. Naquela época do ano, esse cão poderia ser a última coisa para elas se apegarem”, conta.
Focada em tentar buscar um alento para as crianças e dar uma notícia para a família sobre o animal, a policial entrou em contato com o familiar no natal e pediu imagens do cão. Munida das imagens, compartilhou as fotografias com os colegas.
No dia 26 de dezembro, dois dias após o acidente, o policial que havia atendido a ocorrência estava novamente de plantão, e, por sorte, ele conseguiu avistar o cachorro caminhando na canaleta da rodovia. “Mas ele estava muito assustado. Quando ele tentou pegá-lo, ele fugiu”, lembra.
A foto do animal foi repassada para pessoas da região, lanchonetes, casas e fazendas. “Pedimos para que entrassem em contato com a gente, caso tivessem alguma notícia”.
O tempo passou e, no dia 4 de fevereiro, uma das crianças avisou à policial que haviam encontrado o animal. Ele não havia sido capturado, mas estava em uma região de Carmópolis de Minas, sendo alimentado pela funcionária de uma lanchonete. “Nossa viatura passou pelo local, mas ele estava muito assustado. Morava no mato e era alimentado por ela”, recorda.
A partir daí, o agrupamento de cães da PRF também se envolveu no caso. Eles foram até o local e em contato com Maria do Carmo, a funcionária que cuidava do cachorrinho, eles a instruíram a como se aproximar do cão. Seguindo as coordenadas, ela conseguiu capturá-lo. Os agentes foram até o local, resgataram o cão e o levaram até o canil.
A família foi avisada e iria até o local buscá-lo, mas várias coisas impediram. Rodovias impedidas durante o período chuvoso e até uma batida envolvendo o carro que iria pegá-lo no canil.
“Conversamos com o superintendente e decidimos levá-lo a Guanhães. Antes, passamos em um veterinário, ele foi vacinado e checado. Estava tudo bem com ele. Tinha sido bem cuidado”, conta
Um alento em meio a tanta tristeza. Alice e Diana, duas meninas de 8 e 11 anos, que perderam o pai, a mãe e o irmão mais velho em um acidente na véspera de Natal do ano passado na rodovia Fernão Dias, em Carmópolis de Minas, no Centro-Oeste do Estado, puderam reencontrar o cãozinho Spike nesta terça-feira (1) na cidade de Guanhães, no Vale do Rio Doce. O animal estava sumido desde a tragédia que deixou parte da família morta no final de dezembro.
A reunião foi possível graças a uma força-tarefa que reuniu policiais rodoviários, o tio das garotas, uma assistente social e até mesmo uma funcionária de uma lanchonete que, por um tempo, cuidou do animalzinho.
Tudo começou quando a agente Fabrizia Nicolai, da Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais, entrou em contato com a família das garotas. Em conversa com o tio das meninas, descobriu que as crianças choravam muito e perguntavam sobre o cachorro. “Até então ninguém sabia sobre ele e eu fiquei pensando no sofrimento delas. Naquela época do ano, esse cão poderia ser a última coisa para elas se apegarem”, conta.
Focada em tentar buscar um alento para as crianças e dar uma notícia para a família sobre o animal, a policial entrou em contato com o familiar no natal e pediu imagens do cão. Munida das imagens, compartilhou as fotografias com os colegas.
No dia 26 de dezembro, dois dias após o acidente, o policial que havia atendido a ocorrência estava novamente de plantão, e, por sorte, ele conseguiu avistar o cachorro caminhando na canaleta da rodovia. “Mas ele estava muito assustado. Quando ele tentou pegá-lo, ele fugiu”, lembra.
A foto do animal foi repassada para pessoas da região, lanchonetes, casas e fazendas. “Pedimos para que entrassem em contato com a gente, caso tivessem alguma notícia”.
O tempo passou e, no dia 4 de fevereiro, uma das crianças avisou à policial que haviam encontrado o animal. Ele não havia sido capturado, mas estava em uma região de Carmópolis de Minas, sendo alimentado pela funcionária de uma lanchonete. “Nossa viatura passou pelo local, mas ele estava muito assustado. Morava no mato e era alimentado por ela”, recorda.
A partir daí, o agrupamento de cães da PRF também se envolveu no caso. Eles foram até o local e em contato com Maria do Carmo, a funcionária que cuidava do cachorrinho, eles a instruíram a como se aproximar do cão. Seguindo as coordenadas, ela conseguiu capturá-lo. Os agentes foram até o local, resgataram o cão e o levaram até o canil.
A família foi avisada e iria até o local buscá-lo, mas várias coisas impediram. Rodovias impedidas durante o período chuvoso e até uma batida envolvendo o carro que iria pegá-lo no canil.
“Conversamos com o superintendente e decidimos levá-lo a Guanhães. Antes, passamos em um veterinário, ele foi vacinado e checado. Estava tudo bem com ele. Tinha sido bem cuidado”, conta Fabrizia.
O reencontro
Após pouco mais de 250km, o reencontro finalmente aconteceu. “Foi um momento muito especial, ímpar. As meninas dão uma importância muito grande ao cachorro. A nossa chegada foi muito emocionante. O que fica de sentimento é a gente se doar um pouquinho para fazer aquilo diminuir. Não vamos apagar a tragédia, mas ajudar de alguma forma”, diz Fabrizia.
Entre abraços e comemorações das garotas, foi notada a importância do cãozinho para elas. “Na hora que abrimos o porta-malas, a Diana já veio correndo e pedindo para abrir a caixinha de transporte”, lembra.
A diferença de comportamento de Spike também foi celebrada. Antes assustado e arredio, o cão tornou-se dócil no instante em que viu as meninas. “A gente estava com medo de ele estranhar, mas no momento que ele as viu, ele relaxou. Entendeu que estava em casa. Na hora que ele foi solto, já correu para elas e as lambeu. Dá para ver que elas também têm um papel imprescindível para ele”, diz Fabrizia.