Após o acidente aéreo que vitimou 62 pessoas em Vinhedo (SP) na última sexta-feira, 9 de agosto, a companhia aérea VoePass tem sido alvo de duras críticas e reclamações quanto à situação de suas aeronaves. O ATR 72-500, de matrícula PS-VPB, envolvido no acidente, já havia sido alvo de queixas anteriormente. Um vídeo divulgado pela jornalista Daniela Arbex nas redes sociais, mostra a aeronave durante um voo no dia anterior ao acidente (8 de agosto) com o ar-condicionado desligado, levando passageiros a passarem mal devido ao calor.
No programa Fantástico, da TV Globo, exibido no domingo, 11 de agosto, ex-funcionários da VoePass relataram casos de negligência em segurança, incluindo assentos desparafusados em algumas aeronaves da companhia.
Em resposta às críticas, a VoePass emitiu uma nota afirmando que todas as suas aeronaves estão em condições de voo, com todos os sistemas operacionais exigidos pelas autoridades e em conformidade com a legislação vigente.
A VoePass é a sucessora da antiga Passaredo, que entrou em recuperação judicial. Em julho de 2017, a empresa foi adquirida pela Itapemirim, mas o negócio foi desfeito em setembro do mesmo ano devido ao não cumprimento de pagamentos acordados.
Questionada sobre sua atual situação financeira, se isso afeta a manutenção das aeronaves e se o acidente pode impactar as futuras vendas de passagens, a VoePass declarou ser uma empresa familiar de capital fechado e, portanto, não comenta sua situação financeira. A reportagem tentou obter uma entrevista com um representante da companhia, mas a empresa informou que está totalmente focada em atender as famílias das vítimas, garantindo suporte e acolhimento, e que, por esse motivo, ninguém estava disponível para falar no momento.