Além do Brasil, Musk tem atritos com europeus, Austrália e Inglaterra

Controlada pelo bilionário Elon Musk, a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, tem enfrentado conflitos com autoridades de diversos países, como Brasil, Austrália, Reino Unido, União Europeia e Venezuela.

Na União Europeia, a X é alvo de uma investigação baseada na Lei de Serviços Digitais (DSA), que a acusa de falta de transparência e disseminação de desinformação. Em julho de 2024, a Comissão Europeia concluiu que a plataforma está violando leis locais, especialmente em relação à verificação de contas. Se a X for considerada culpada, pode enfrentar multas de até 6% do faturamento anual.

Na Austrália, a rede social teve atritos com as autoridades por não remover conteúdos violentos e extremistas, o que levou o primeiro-ministro Anthony Albanese a criticar Musk como um “bilionário arrogante”. Musk respondeu acusando o governo australiano de censura global.

No Brasil, Musk fechou o escritório da X e evita prestar contas à Justiça, que o investiga no inquérito das milícias digitais por possíveis ataques ao STF e à eleição de 2022. A especialista em direito digital Bruna Santos observa que Musk tem desmontado setores de regulação de conteúdo e tem sido mais flexível em países com alinhamento com sua visão de liberdade de expressão.

Na Turquia, a plataforma tem colaborado com autoridades locais, removendo conteúdos e perfis conforme ordens judiciais. Musk justificou essa atitude dizendo que é uma escolha entre restringir totalmente o Twitter ou limitar o acesso a alguns conteúdos.

Na Índia, a X removeu conteúdos relacionados a um documentário da BBC crítico ao primeiro-ministro Narendra Modi, seguindo a legislação local. Musk alegou não ter conhecimento específico do caso.

No Reino Unido, Musk enfrentou críticas por comentários sobre uma possível “guerra civil” após protestos da extrema-direita contra imigrantes, com o ministro da Justiça britânico chamando seus comentários de “inaceitáveis”. A plataforma tem sido acusada de permitir conteúdos anti-imigrantes que alimentam a violência.

Bruna Santos ressalta que a X tem demonstrado falta de escrutínio e regulação de conteúdos, tornando-se um foco para a disseminação de informações prejudiciais e desinformação.