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‘Eles que elejam os presidentes que quiserem’, diz Lula após fala de Maduro na Venezuela
BRASÍLIA — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (19) que o Brasil não vê espaço para interferir no processo eleitoral de outros países, citando diretamente a Venezuela. “Eles que elejam os presidentes que eles quiserem”, declarou, enfatizando que seu interesse é na relação entre Estados.
A declaração de Lula ocorre dois dias após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, alertar sobre um possível “banho de sangue” e “guerra civil fratricida” caso não vença as eleições. Lula reforçou que seu governo está comprometido em manter a reputação do Brasil como um país sem contenciosos internacionais. “Não há nenhum país no mundo sem contencioso com ninguém como o Brasil. Todo mundo gosta do Brasil e o Brasil tem que gostar de todo mundo”, afirmou.
“Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer brigar com a Nicarágua? Por que eu vou querer brigar com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que eles quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado, o que o Brasil ganha e o que o Brasil perde nessa relação”, completou.
Lula fez essas declarações durante o anúncio de investimentos para obras na Via Dutra e Rio-Santos, em São José dos Campos, São Paulo. Apesar das declarações, Lula não mencionou diretamente o comentário de Maduro. Os dois líderes já se encontraram duas vezes no atual mandato de Lula. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil não se manifestou sobre a fala do presidente da Venezuela.
Maduro fez seu discurso em um comício na quarta-feira (17) na paróquia de La Vega, em Caracas. “O destino da Venezuela no século 21 depende de nossa vitória em 28 de julho. Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, afirmou.
As eleições na Venezuela serão realizadas em 28 de julho. Pesquisas de intenção de voto mostram Maduro em desvantagem em relação ao ex-diplomata Edmundo González, que emergiu como principal rival do atual presidente, contando com o apoio da líder da oposição María Corina Machado.
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