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Cidade do Vale do Aço tem quase metade dos casos de febre oropouche em Minas; entenda
A pacata cidade de Joanésia, com cerca de 4 mil habitantes, concentra 41,7% dos casos de febre oropouche registrados em Minas Gerais. Dos 72 diagnósticos confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), 30 são provenientes deste município no Vale do Aço. Esse dado chamou a atenção das autoridades, que estão investigando as causas do surto na região.
Comparação com Cidades Vizinhas
Outras cidades próximas, com populações muito maiores, registraram menos casos de febre oropouche. Ipatinga, com 228 mil habitantes, teve apenas dois casos; Timóteo, com 81 mil habitantes, registrou 11; e Coronel Fabriciano, com 105 mil habitantes, teve 26.
Investigação Epidemiológica
Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, afirmou que uma investigação epidemiológica completa está em andamento em Joanésia. Ele mencionou a possibilidade de levar uma equipe do Ministério da Saúde para reforçar os esforços locais e entender melhor a circulação do vírus no Vale do Aço, especialmente em Joanésia.
Fatores Ambientais
Joanésia, cercada por áreas de mata e banhada pelo rio Santo Antônio, apresenta condições que podem estar associadas à incidência da febre oropouche. O vírus é transmitido pelo mosquito Culicoides paraensis, comum em áreas de rios, matas e mangues, onde há muita matéria orgânica. O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, recomendou o uso de roupas compridas e repelente em regiões de mata para prevenir picadas.
Ações da Prefeitura
Marcelo Andrade, secretário municipal de Saúde de Joanésia, informou que 24 dos 30 casos confirmados são da zona rural. A prefeitura está aguardando os resultados da investigação para entender melhor o surto e está realizando ações de controle vetorial, especialmente nas comunidades com casos confirmados.
Concentração de Casos no Vale do Aço
O Vale do Aço responde por 70 dos 72 casos de febre oropouche em Minas Gerais, com Joanésia liderando com 30 casos, seguida por Coronel Fabriciano com 26, Timóteo com 11, Ipatinga com dois e Mariléia com um. Os dois casos restantes foram registrados em Congonhas e Gonzaga.
Eduardo Prosdocimi prevê que mais casos podem surgir, especialmente porque os sintomas da febre oropouche são semelhantes aos de outras arboviroses, como a chikungunya. Ele sugeriu que alguns casos inicialmente diagnosticados como chikungunya podem ser reclassificados como febre oropouche.
Características da Doença
O infectologista Estevão Urbano, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, explicou que os sintomas da febre oropouche incluem febre, dor nas articulações e músculos, inapetência e manchas no corpo, durando em média de cinco a sete dias. Embora a maioria dos casos tenha uma evolução favorável, alguns podem evoluir para hemorragias severas ou infecções em órgãos vitais, como o cérebro.
Grupos mais vulneráveis, como idosos, bebês, grávidas e imunossuprimidos, precisam de atenção especial. Não há um tratamento específico ou vacina para a febre oropouche; o manejo inclui hidratação, medicação para dor e febre, e repouso.
Conclusão
A situação em Joanésia e no Vale do Aço está sendo monitorada de perto pelas autoridades de saúde, que estão intensificando as investigações e as ações de controle para conter a disseminação da febre oropouche na região.
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